terça-feira, 13 de janeiro de 2015

PÁSSARO VERDE



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Pousa em mim pássaro verde
porque eu sou a liberdade 
vem enfim sinto saudade
do teu fogo de dragão
pois jurei não ter idade 
ser apenas coração 
dizer-te sempre a verdade
sentir doce a tua mão
ser essa a minha vaidade

Repousa sim pássaro verde
nas folhas do meu Outono
não tem fim tua beleza
quando negas ter um dono 
sendo apenas Natureza
nas delícias do meu sono

Fica assim pássaro verde 
dar-te tudo eu sempre quis
quando minha alma me diz
nosso amor não tem reverso
nem cabe no Universo

Vai por mim pássaro verde...

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

AMPULHETA

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Há tanto tanto tempo te quero 
longo distante remoto passado
louco frenesim de torcer este fado
em qualquer lugar o tempo te espera 
recordo canseiras ânsias e sonhos
fantasias quimeras delírios medonhos
esgota-se o tempo por ti desespero

Busca permanente feita de lembranças 
navego carícias nessas águas mansas
reflexo esmeralda doce tempero 
incandescente paixão coração ardente 
cerrado no peito gravado na mente
és altar de vida meu fogo sagrado
tesouro troféu parte de mim 
não vamos ter fim fica a meu lado

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

VIGÍLIA DOS SENTIDOS

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Confiadamente 
escutei o silêncio 
no eco das areias que o tempo furta 

Na clausura do vazio tentei erguer
a apoteose de todos os momentos 
na intuição dos recados 
que a tua voz projectava 
em timbres de solar rubor 

Viajei na infância 
a saudade de todos os lugares
que soubeste comigo
num secreto regresso
à bonomia das raízes 

Levantámos uma torre indestrutível
nos esteiros da Ria
no rio das esteiras 
na humidade dos juncais
em junquilhos de fragrância
na surpresa das revelações 
no canásio que guardaste
no pasmo dilacerante do ocaso 

Hoje sei o que é morrer 
na vigília dos sentidos