Pousa em mim pássaro verde porque eu sou a liberdade vem enfim sinto saudade do teu fogo de dragão pois jurei não ter idade ser apenas coração dizer-te sempre a verdade sentir doce a tua mão ser essa a minha vaidade Repousa sim pássaro verde nas folhas do meu Outono não tem fim tua beleza quando negas ter um dono sendo apenas Natureza nas delícias do meu sono Fica assim pássaro verde dar-te tudo eu sempre quis quando minha alma me diz nosso amor não tem reverso nem cabe no Universo Vai por mim pássaro verde...
Há tanto tanto tempo te quero longo distante remoto passado louco frenesim de torcer este fado em qualquer lugar o tempo te espera recordo canseiras ânsias e sonhos fantasias quimeras delírios medonhos esgota-se o tempo por ti desespero Busca permanente feita de lembranças navego carícias nessas águas mansas reflexo esmeralda doce tempero incandescente paixão coração ardente cerrado no peito gravado na mente és altar de vida meu fogo sagrado tesouro troféu parte de mim não vamos ter fim fica a meu lado
Confiadamente escutei o silêncio no eco das areias que o tempo furta Na clausura do vazio tentei erguer a apoteose de todos os momentos na intuição dos recados que a tua voz projectava em timbres de solar rubor Viajei na infância a saudade de todos os lugares que soubeste comigo num secreto regresso à bonomia das raízes Levantámos uma torre indestrutível nos esteiros da Ria no rio das esteiras na humidade dos juncais em junquilhos de fragrância na surpresa das revelações no canásio que guardaste no pasmo dilacerante do ocaso