segunda-feira, 29 de abril de 2019

O TEU SORRISO



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Não penses no poeta distraído
nem tentes descobrir o seu condão
tão ausente do rumo contraído
tão no centro do foco da sezão

Não penses no poema sugerido
nas suas amplas asas de falcão
abertas e cerradas ao sentido
do transe que nos toma de tensão

Vem daí fechar os olhos e vê
como vogam os barcos a compasso
na desordem do peito de quem lê

a plácida tortura que desfaço...
Caso sintas haver um-não-sei-quê
compõe lá esse teu sorriso baço

sexta-feira, 26 de abril de 2019

ANGOLA, DE MEMÓRIA



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Quero guardar o cheiro a savana no teu corpo
sentir o subtil afago do capim pela manhã
beber o orvalho na folhagem dos teus gestos
vibral no tropel dos corações em delírio

Por entre acácias verdejando
na densidade das fendas ressequidas
pelo sol crepuscular dos batuques
tão presas ainda ao chão dos sentidos
quero guardar o cheiro a savana no teu corpo

Plácida terra que sempre soube de cor
envolve-me no hálito fresco do teu ventre
                                perfumado
na latência cerrada do teu bosque
nos tons e sons da tua seiva
que bebo insaciável
à boca da madrugada
e vem amanhecer
na manta morta do meu corpo


In “O Rumo e o Sonho”, 2001 – Fólio Edições

Manuel Bragança dos Santos

quinta-feira, 25 de abril de 2019

45 ANOS DE ABRIL


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Rasga-se-me o pensamento nos sulcos do poema
mas não sei se nasce aqui o tal caminho
nem sei tão pouco se sou senhor deste destino
ao sentir a pulsão do desejo que se move                                        descontínuo
vergado sob o peso de ancoragens divididas


Sou de novo trucidado pela chibata do cifrão
por isso busco a sagração do infinito
a essência transbordante deste povo
a súbita expressão do lirismo cintilante
rente ao uno simbólico mais prosaico
num assomo de carácter parcial e fraccionário


Nesta Babel sincrética de labirintos e desvios
a palavra é o gesto que toca a reunir
esboço de signos a rebate sem recato nem pudor
na persistência do desejo que esgrime a                                         Liberdade


Depois de Abril ter passado na ausência                                        da memória
de tudo quanto nele se apagou por ter                                         lá estado
resta a urgência da verdade de que falo
de novo Abril – uno verdadeiro autenticado

quarta-feira, 24 de abril de 2019

A INCÓGNITA


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   Não raro, os seres humanos alimentam paixões controversas, que eles próprios, as mais das vezes, mal conseguem explicar; movem-se pela força dos desejos, legítimos ou não; perseguem sonhos, iluminam aspirações, e é na alma de cada um deles, enquanto alicerce estruturante da consciência e da vontade, que tudo se harmoniza e ganha sentido... ou não.

   A vida, portanto, deve ser vivida sem que se perca de vista o, mais ou menos, distante farol da esperança, em liberdade, até porque o futuro se apresenta invariavelmente obscuro, incerto e imprevisível. Seja como for, a felicidade é sempre o mais almejado objectivo a ter em mente. A felicidade é sempre a incógnita que o sonho entretém e fantasia, através dos ritos do quotidiano.

  Devemos sonhar, sim, todos nós, porque sonhar não está vedado a ninguém. Porquê perder a capacidade de sonhar, seja com o que for ou com quem for? Enquanto não se concretizam os desejos, vontades e necessidades que cada pessoa alimenta, agarrem-se os sonhos que mais se acalentam, pois desesperar ou desanimar deve ser descartado.

 Face ao exposto, será possível, agora, descortinar a incógnita na seguinte equação?!

   Narciso é amigo de Beto e irmão de Berta que é amiga de Romi – estejam atentos! –; os dois irmãos aproximaram Beto e Romi que, aos poucos, foram convivendo e sonhando, tornaram-se mais atentos na Faculdade, procuraram-se no café, conversaram nos tempos livres, construiram ou descobriram identidades, convergiram nos afectos, desejaram-se na magnética envolvência dos impulsos mutuados.

    Beto e Romi acabaram por ficar juntos (por acaso, até casaram), e a felicidade de ambos durou, mais ou menos, o tempo que costuma durar a felicidade dos conjuges que casam por amor. Pois, também acho; permanece a incógnita, mas mais não lhes sei dizer; contudo, "escutem" o Fernando.

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domingo, 21 de abril de 2019

PRESENÇA AUSENTE


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Do que fica passado no presente
só de reter daí o movimento
faz sentir na ferrugem dissidente
embalos de fantasmas a contento

O sol sem se mover é ponto assente
faz-nos perder a noção de relento
tão tonta circular que não desmente
fechar-se para se abrir ao intento

de inovar fantasias sem formato
já que perras voláteis e vazias
persistem na nudez do desbarato

Contudo dir-te-ei por ser tão cedo
que há quem entretenha os seus dias
dormindo à sombra do arvoredo

quinta-feira, 18 de abril de 2019

NAS VEIAS DO POEMA


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Todo o sentido sabe sem saber
como fluir pelas veias dos versos
nas palavras vívidas do viver
reunindo os tais espinhos dispersos

Todo o dilema procura prever
dos rumos o melhor dos mais preversos
já longe dos abismos por rever
mais perto de certos sinais imersos

Mas na fuga cismada dos caminhos
fechados em redor do pensamento
ao pensar soletrar um alter ego

só lemos em espelho os desalinhos
que nos cindem no furto do momento
na razão virtual de quem é cego*


NOTA: * De cegueira psicológica, de embotamento, de anestesia moral - denegação.


     NOTA 2: Uma Santa e cordata Páscoa para todos os leitores.




domingo, 14 de abril de 2019

CALENDAS



Não sei bem quem me deu tão terna face
ao longo das calendas desta vida
nem lembro ter havido desenlace
nem mesmo ter sentido quem decida

ser capaz de se furtar ao trespasse
jurando dominar essa partida
ao saber de viagem que perpasse
das rotas qual delas a mais fingida

Não sei bem quem me deu tão rude rosto
esta boca tão cansada de chamar
pelos bardos das uvas já sem mosto

no vislumbre dos campos ao luar
dormindo para acordar em Agosto
e sentir quem deixou de ver o mar



sexta-feira, 12 de abril de 2019

ÍDOLOS SEMPRE HOUVE


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    Quem melhor nos falou, até hoje, sobre os ídolos que povoam o nosso imaginário simbólico inconsciente (ou consciente), e a que, por sistema, nos agarramos, ou dos quais dependemos no quotidiano, terá sido, provavelmente, Francis Bacon (1561-1626). Para este filósofo do experimentalismo, a idolatria dá forma às falaciosas representações genéricas e abstractas, de que o espírito do sujeito é alvo, na letra das superstições e das incompreensíveis tradições que se vão perpetuando, ao longo do(s) tempo(s).

     Para Bacon, tudo isto são equívocos que desvirtuam a forma correcta de ler a Natureza. Por essa razão, preocupou-se em dividir os ídolos em quatro a saber: os ídolos da tribo, atinentes à espécie humana e que deixam supor uma Natureza exacta, de uma só leitura e opiniões acabadas; geradora de comportamentos e afectos nefastos, mistificadora dos sentidos e das vontades, instigadora de abstracções e de cultos fantasistas omnipotentes, capazes de distorcer, portanto, a realidade.

    Os ídolos da caverna dizem respeito ao sujeito, enquanto ser individual, visto que cada um vive no fosso do seu próprio Eu, interpretando a luz da Natureza de maneira anaclítica (refractada). Estes inúmeros ídolos surgem, especialmente, devido à especificidade subjectiva de cada corpo-mente indissociável e ao seu respectivo percurso desenvolvimentista – transgeracional e ambiental.

      Os ídolos do forum, ágora ou mercado são os que têm a sua génese na intersubjectividade relacional (comunicacional) dos sujeitos. Estes, alimentam a presunção de associar aos vocábulos (significantes), significados falsos, provavelmente, resultantes de delírios alucinatórios vistos como realidades de correspondência. Isto, hoje, volta a estar muito presente nas vidas das massas, dirigidas pelos media, ao serviço dos mercados.

      Por fim, os ídolos do teatro, e fica já aqui, a talho de foice, o do inconcebível acordo (“orto”)gráfico, seja lá o que isso for. Este e os outros, que são tantos quantas as “seitas filosóficas”, enfermam da prepotência dogmática dos detentores do poder e não passam de deploráveis equívocos, vazios de fundamentação e demonstração. Segundo Bacon, que assim teria falado caso ainda hoje fosse vivo, tudo isto acontece, porque as leis e princípios donde advêm transmigram de cenários fictícios.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

DESASSOSSEGO


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De tão leves as penas que carregas
pesam apenas ardis de glutão
que pagam para te verem às cegas
resvalar sem sentido nem feição

Não vistas a tua saia de pregas
a teus pés inefável lá no chão
nem me digas que sempre que me negas
que te vista ou dispa de ilusão

se finam as vontades de tecer
nas sombras que tão sedenta desvelas
nas chamas que para ser e não ser

apagas ainda que não acesas
querendo sem querer as sequelas
sabendo sem saber das incertezas


segunda-feira, 8 de abril de 2019

ERA PÁSCOA...



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Era Páscoa...
O cabrito estava delicioso... E então servido por Arnalda, esse anjo de candura e recolhimento...
-- Um bocadinho mais de cabrito, Sr. Padre Adolfo? -- interrogava, atenciosa, Arnalda.

Adolfo ficava como que estático, paralisado pela pergunta da criada. Fitava a mulher, de formas intactas e veementes, os langorosos olhos azuis, esplendorosa nos seus vinte e seis anos, a presença quente e inebriante, o trato educado... Ou antes, doce, muito doce!... Um gesto seu era quase uma carícia!... Ou era impressão sua ou com Luís Henrique, Arnalda tornava-se mais meiga ainda, gentil e delicada... Não, não podia ser!...
Devia estar a imaginar coisas!...
-- Sim, sim! A perna, para juntar às minhas batatinhas... Se ainda houver!... E uns grelinhos!... -- respondeu atabalhoadamente o sacerdote.
E a serviçal aproximava-se pelo lado esquerdo de Adolfo e servia-o com todo o profissionalismo, debruçada sobre o seu ombro, quase encostando, por força do acto, o seio direito ao rosto do homem. O coração do clérigo, então, disparava desenfreado... O cheiro da mulher penetrava-lhe a alma... Daquele corpo brotava uma onda surda de desejo que perturbava o pároco. Que se passava com ele, afinal?!

-- Ah!, Obrigado, mas já chega!... Tenho de me conter!... Acho que estava distraído!

In "O Chão dos Sentidos" (2013).

sexta-feira, 5 de abril de 2019

VERDADES E MARÉS


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Que dizer da tal pós-modernidade
do sujeito sujeito a tal revés
que dizer da mentira a da verdade
do tempo já sem tempo nem marés

Que colher da vertigem da cidade
com incautos prostrados a seus pés
por isso se me juras ter idade
se palmilhas o chão de lés-a-lés

agarra o simbolismo que se tece
nas costas do fetiche mais atroz
e se cultivas laços e afectos

pensa-te no quanto tudo fenece
no fulgor intrépido do algoz
desejando os contactos mais dilectos

quarta-feira, 3 de abril de 2019

TERÁ MOÇAMBIQUE DESPERTADO O MUNDO?


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O ciclone Idai atingiu o litoral de Moçambique (Beira), no dia 14 de Março de 2019, tendo o vento vergastado o território e as populações com a força de 177 quilómetros por hora. A destruição foi imediata, chocante, aniquiladora; pudemos constatar isso mesmo através dos media. A resposta solidária, vindo de certos partes do globo, nomeadamente de Portugal, foi importante e digna de nota. Mas isso não chega. Que tem sido feito, afinal, para desacelerar as alterações climáticas?! E para chamar a Humanidade à razão, ao entendimento e à coexistência pacífica?!

A miserabilidade predadora do bicho homem tem vindo a ser um dos traços mais característicos da nossa espécie, o que tem determinado a consequente necessidade de desenvolvimento de correntes contrárias, que possam exercer uma espécie de luta, de pressão que faça face àquela inclinação; um remar contra a maré que tem colhido energias a partir de situações de injustiça, descalabro, fome, guerra, destruição e caos. É a outra face do ódio (Neikos) a levar a água ao moinho da solidariedade entre os seres humanos mais perseguidos e seviciados. Este altruísmo (Philia) é de louvar, evidentemente, mas não pode ser levado a efeito de forma desgarrada, descoordenada, intermitente e sem nenhum tipo de critério. Assenta aqui como uma luva o velhinho ditado chinês que refere, mais ou menos, nestes termos: “não dês, a quem tem necessidade, um peixe, ensina-o antes a pescar”.

Quanto a nós, e tendo em linha de conta toda a riqueza que existe em África, é chegada a altura dos governos dos países desse continente começarem a ganhar consciência da sua também responsabilidade na matéria. Deixem de lado o egoísmo e a indiferença exacerbados, as intestinas fricções tribais e a corrupção endémica e, face à caótica situação dos compatriotas, evitem, por um lado, que os mesmos abandonem os seus países de origem, e, facilitem, por outro lado, não só que as instituições de solidariedade de todo o mundo, operem no terreno, mas viabilizem, também, a integração de todos os estrangeiros que possam estar interessados em mudar as suas vidas e famílias para África.

Nesta conformidade, e em profícua parceria com os dirigentes locais, poder-se-á ajudar, efectivamente, as populações mais necessitadas e perdidas, tirando partido do contributo útil e devidamente enquadrado da sua força de trabalho e das suas potencialidades intelectivas, tentando corrigir gradualmente aquilo que ao longo de tantos séculos se foi desvirtuando e descaracterizando. Virar as costas a África não será nunca solução, muito menos quando são os próprios africanos a fazê-lo, agravando, pelo contrário, esta problemática, já de si gravíssima, e toda a complexidade a ela inerente, tornando cada vez mais árduo e seriamente comprometedor o futuro das pessoas mais ou menos envolvidas em todo este candente e redutor marasmo.


segunda-feira, 1 de abril de 2019

UNILATERALIDADE OBSTINADA



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     Depois das recentes medidas que precarizaram ainda mais certas classes laborais (professores e enfermeiros, entre muitas outras, claro), deparamo-nos agora com o actual governo, de maioria artificialmente consertada, a impôr a estas mesmas classes uma unilateralidade obstinada sempre que com as mesmas reúne.

     Recuando ao tempo de Lurdes Rodrigues, recordamos a ameaça, intenção ou o que quer que tenha sido, de colocar os pais a avaliar os professores, como se os cadáveres avaliassem os óbitos ou os clínicos tivessem que responder pelos diagnósticos de doenças incuráveis, crónicas ou renitentes; como se os automobilistas avaliassem o Instituto das Estradas de Portugal; como se os clientes que sustentam os chorudos lucros da banca, tivessem uma palavra a dizer na avaliação da mesma; como se o cidadão comum pudesse avaliar engenheiros e arquitectos e empreiteiros, depois de atrasos de anos e derrapagens de milhões de euros nas obras públicas, tudo por conta do erário público; como se um crítico de cinema pudesse fazer a avaliação de determinado filme, sem nunca o ter apreciado, do princípio ao fim; como se um árbitro de futebol pudesse ser o juiz de um desafio, de olhos vendados, ou ausente do relvado; como se, como salta à vista até dos mais incautos, distraídos e desinteressados, não fosse urgente e primordial avaliar a classe discente na sua desamparada queda no actual abismo de displicência, desleixo e má criação que qualquer pessoa de boa-fé, maturidade intelectual, bom-senso e diligente interesse por assuntos desta natureza, naturalmente constata, desde que passe a dedicar um pouco do seu tempo à análise de tão candente problemática.

     Como se... Como se... Como se... E podíamos estar aqui a desfiar um infindável rosário de exemplos deste género, para concluir a anacrónica impertinência que a eventual implementação de uma medida desse tipo, no fundo, acabaria por, em si mesma, configurar.

     Ademais, temos percepcionado nas palavras proferidas no âmbito de certos sectores ligados aos “pais” (são raros, felizmente), uma certa hostilidade difusa, dirigida aos docentes, que sempre confunde a verdade dos factos e permite interpretações desviantes, da parte de quem ouve e não sabe, em termos objectivos, aquilo que efectivamente se passa. Por outro lado, conforme temos tantas vezes alertado os leitores, é sempre fácil atirar pedras ao telhado do vizinho, na presunção ingénua e umbilical de que no nosso não existem telhas de vidro.

    Um dos aspectos fundamentais de toda esta problemática, ao qual temos feito também referência por mais do que uma vez, tem que ver com a indissociabilidade da relação ensino/aprendizagem, cujos actores no terreno são, a saber os alunos e os docentes. Nas décadas mais recentes os professores têm vindo a “coleccionar” formação contínua, para além da inicial, têm vindo a acumular competências aos vários níveis necessários, têm vindo a somar paciência, têm feito das tripas coração, têm comido o pão que o diabo amassou, ou seja, em conclusão, têm cabalmente desempenhado a sua “missão”, ensinando, ensinando, ensinando. É esse o seu papel.

      Já do lado dos alunos, tendo em conta, primeiro que tudo, a já doentia permissividade dos paizinhos, o esfumar dos valores, a decadência da sociedade, a loucura do consumo (a pós-modernidade é desconcertante), a generalizada lei do menor esforço, o laxismo dos políticos e a inadequação das políticas (como é o caso demolidor das turmas com vários anos de escolaridade e múltiplas disfuncionalidades) – em Setembro de 2006 os apoios especiais a estas e outras turmas foram reduzidos em cerca de 80% (?!!) --, tudo isto por razões nunca declaradas de economicismo selvagem, o papel da aprendizagem não trilha a indispensável interactividade, no âmbito da tal indissociabilidade indispensável da relação ensino/aprendizagem, furtando-se os meninos a colaborar com o docente ou, pior do que isso, boicotando sistematicamente todas as iniciativas consertadas, que as planificações elaboradas com religiosa dedicação à causa da educação, acabam por redundar em total fracasso escolar e profunda frustração pessoal e profissional.

     Enfim, não pode nem deve um governo democrático, mesmo quando possui maioria absoluta (consertada), fazer o que muito bem entende, numa linha de unilateralidade insuportável, para lá de todos os limites da legitimidade, do bom senso e do conhecimento real das situações de facto, daquilo que é o “terreno”. A Democracia implica a discussão participada dos problemas e a resolução dos mesmos, sem atropelos à dignidade pessoal, profissional e social dos cidadãos.