quinta-feira, 25 de abril de 2019

45 ANOS DE ABRIL


Imagem do Google


Rasga-se-me o pensamento nos sulcos do poema
mas não sei se nasce aqui o tal caminho
nem sei tão pouco se sou senhor deste destino
ao sentir a pulsão do desejo que se move                                        descontínuo
vergado sob o peso de ancoragens divididas


Sou de novo trucidado pela chibata do cifrão
por isso busco a sagração do infinito
a essência transbordante deste povo
a súbita expressão do lirismo cintilante
rente ao uno simbólico mais prosaico
num assomo de carácter parcial e fraccionário


Nesta Babel sincrética de labirintos e desvios
a palavra é o gesto que toca a reunir
esboço de signos a rebate sem recato nem pudor
na persistência do desejo que esgrime a                                         Liberdade


Depois de Abril ter passado na ausência                                        da memória
de tudo quanto nele se apagou por ter                                         lá estado
resta a urgência da verdade de que falo
de novo Abril – uno verdadeiro autenticado

4 comentários:

  1. Gostei imenso.
    Excelente poema para comemorar o 25 de Abril.
    Caro Humberto, um bom fim de semana.
    Abraço.

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  2. Um texto bem verdadeiro. Adorei ler:))
    HOJE, DO NOSSO GIL ANTÓNIO :-Meu amor: Eu estou aqui.

    Bjos
    Votos de uma óptima noite

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  3. Meu querido Zé
    «...trucidado pela chibata do cifrão»- como eu te entendo! Mas, ...é Abril, e é tempo de Liberdade. Estás livre, estamos livres e vamos viver a nossa Liberdade.
    Admiro muito a tua capacidade de produção, sempre com belos e «bem recheados» poemas..
    Um beijinho
    Mana

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  4. Que os nossos irmãos portugueses sejam sempre felizes, li esse belo poema ontem, dia 25. Liberdade sempre.
    Beijo

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