sexta-feira, 5 de abril de 2019

VERDADES E MARÉS


Imagem do Google

Que dizer da tal pós-modernidade
do sujeito sujeito a tal revés
que dizer da mentira a da verdade
do tempo já sem tempo nem marés

Que colher da vertigem da cidade
com incautos prostrados a seus pés
por isso se me juras ter idade
se palmilhas o chão de lés-a-lés

agarra o simbolismo que se tece
nas costas do fetiche mais atroz
e se cultivas laços e afectos

pensa-te no quanto tudo fenece
no fulgor intrépido do algoz
desejando os contactos mais dilectos

5 comentários:

  1. Um vazio intrínseco do próprio “eu” que leva a mecanismos de compensação dos quais o excesso de consumo é um exemplo. Tudo isto agravado por um meio ambiente cheios de tentações traiçoeiras e aparentemente fáceis.
    Um excelente poema profundamente analítico da nossa sociedade.
    Gostei muito. Beijinho Poeta.

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  2. Olá amigo! Vim agradecer sua visita e parabenizá-lo por este lindo poema em que destaca com maestria essa sociedade, essa pós-modernidade.
    Simplesmente bela e sábia poesia. parabéns! Abraços

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  3. Ótimo poema, Humberto, tantas verdades ditas numa sociedade globalizada em que ter, o mostrar e o exibir-se ditam a moda da futilidade, do vazio. E o comercio se beneficia com suas ofertas mascaradas que iludem os menos avisados.
    Um bom domingo e parabéns, poeta!
    bjs

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  4. O seu excelente soneto levou-me a um texto de José Tolentino de Mendonça que diz, "A sociedade de consumo com as suas ficções e vertigens, promete satisfazer tudo e todos e, falaciosamente, identifica a felicidade com o estar saciado"...
    Uma boa semana, meu Amigo.
    Um beijo.

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