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O
ciclone Idai
atingiu o litoral de
Moçambique (Beira),
no dia 14 de Março de 2019, tendo o vento vergastado o
território e as populações com a força de
177 quilómetros por hora. A destruição foi
imediata, chocante, aniquiladora; pudemos constatar isso mesmo
através dos media.
A
resposta solidária, vindo de certos partes do globo,
nomeadamente de Portugal, foi importante e digna de nota. Mas isso
não chega. Que tem sido feito, afinal, para desacelerar as
alterações climáticas?! E para chamar a
Humanidade à razão, ao entendimento e à
coexistência pacífica?!
A miserabilidade predadora do bicho
homem tem vindo a ser um dos traços mais característicos
da nossa espécie, o que tem determinado a consequente
necessidade de desenvolvimento de correntes contrárias, que
possam exercer uma espécie de luta, de pressão que faça
face àquela inclinação; um remar contra a maré
que tem colhido energias a partir de situações de
injustiça, descalabro, fome, guerra, destruição
e caos. É a outra face do ódio (Neikos) a levar
a água ao moinho da solidariedade entre os seres humanos mais
perseguidos e seviciados. Este altruísmo (Philia) é
de louvar, evidentemente, mas não pode ser levado a efeito de
forma desgarrada, descoordenada, intermitente e sem nenhum tipo de
critério. Assenta aqui como uma luva o velhinho ditado chinês
que refere, mais ou menos, nestes termos: “não dês, a
quem tem necessidade, um peixe, ensina-o antes a pescar”.
Quanto a nós, e tendo em linha
de conta toda a riqueza que existe em África, é chegada
a altura dos governos dos países desse continente começarem
a ganhar consciência da sua também responsabilidade na
matéria. Deixem de lado o egoísmo e a indiferença exacerbados, as intestinas fricções tribais e a corrupção endémica e, face à caótica situação
dos compatriotas, evitem, por um lado, que os mesmos abandonem os seus
países de origem, e, facilitem, por outro lado, não só
que as instituições de solidariedade de todo o mundo,
operem no terreno, mas viabilizem, também, a integração
de todos os estrangeiros que possam estar interessados em mudar as
suas vidas e famílias para África.
Nesta conformidade, e em profícua
parceria com os dirigentes locais, poder-se-á ajudar,
efectivamente, as populações mais necessitadas e
perdidas, tirando partido do contributo útil e devidamente
enquadrado da sua força de trabalho e das suas potencialidades
intelectivas, tentando corrigir gradualmente aquilo que ao longo de
tantos séculos se foi desvirtuando e descaracterizando. Virar
as costas a África não será nunca solução,
muito menos quando são os próprios africanos a fazê-lo,
agravando, pelo contrário, esta problemática, já
de si gravíssima, e toda a complexidade a ela inerente,
tornando cada vez mais árduo e seriamente comprometedor o
futuro das pessoas mais ou menos envolvidas em todo este candente e
redutor marasmo.
Um tema que mexe muito com o meu coração :((
ResponderEliminarHoje:- O mar tem alma, tem aroma e tranquilidade.
Bjos
Votos de uma óptima Quarta - Feira
Subscrevo totalmente o seu texto. É com grande apreensão que vejo a evolução das alterações climáticas bem como o futuro dos povos atingidos por esta calamidade. Grata pela partilha. Beijinho.
ResponderEliminarOlá, Humberto!
ResponderEliminarUm excelente e lúcido texto, sem dúvida!
Moçambique, nossa ex-colónia, precisa de tudo, mas sobretudo de orientação, do tal ditado chinês, que referiu.
Os africanos, entre si, são racistas e mudar mentalidades leva séculos.
Um grande abraço.
Adoro tu idioma y como lo usas y uso traduccción para entenderte gracias
ResponderEliminarGracias por llegar a mi y en mi propio idioma con tan bello comentario
ResponderEliminarEres un gran escritor
y un conversador de la vida diaria maravilloso
Abrazos y besos
abrazos mil