sexta-feira, 9 de novembro de 2018

ECONOMIA -- CENAS E CENÁRIOS



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        A cosmética escontra-se intimamente ligada ao teatro, ao cinema e à televisão, por força da necessidade de caracterização dos actores. Mas isso entendemos nós. Já não percebemos (em parte) a cosmética incrível que vive paredes meias com a política. A não ser que esta não passe também de mera encenação. Falamos, nomeadamente, da economia e dos respectivos números estatísticos ou de previsibilidade apresentados, sempre que importa divulgar todo o tipo de informação conveniente.
           
            Mas nada disto altera grandemente todo o pano de fundo que se desenrola face às imposições reformistas a que nos obrigam os senhores do capitalismo selvagem, arbitrário e redutor; estes escolhem ou rejeitam, a seu bel-prazer, os cidadãos, de acordo com o mais errático mercado de trabalho que lhes é dado promover ou aniquilar; mercado que se tem tornado, de dia para dia, cada vez mais fantasmagórico, mais diluído na imaginação de quem com ele ainda sonha, porque dele dependem as suas vidas, cada vez mais vegetativas; é que os contratos não surgem – quando aparecem são precários, exigentes e mal remunerados –, principalmente para os jovens, esvaziados de esperança, degradados pela ausência de emprego, logo, nem sequer susceptíveis de ser explorados; por isso, resta-lhes a inutilidade de ser e de estar, olhados como prejudiciais... porque existem! Que fazer, então, se só se adquire alguma co(no)tação, de quatro em quatro anos, enquanto clientela eleitoral?!...

            E depois “é a população que está envelhecida...”. Nada disso! É, pelo contrário, a população que não é renovada, isso sim! Claro, só um louco – inconsequente, incompetente, irresponsável e inconsciente arriscaria constituir família?! Basta de propaganda insidiosa!

            Mas, como dizíamos, a democracia tem destas coisas, e, periodicamente, leva os seus mentores a uma agitação forjada em torno dos problemas laborais, da empregabilidade, numa reacção encenada, que procura manter esquemas estafados, visando estender no tempo (eleitoral) joguinhos de poder e de hierarquias por demais obsoletos. Tudo isto, embora possa adquirir, aparentemente, uma certa feição ilusória de um comportamento inocente, repleto de humanismo, legalmente balizado, não deixa, no entanto, de constituir uma séria ameaça à segurança vivencial das massas trabalhadoras. Já imaginaram se não estivéssemos em democracia?!!

            Pois é, nem é bom pensar! É que, nesse caso, nem sequer o direito a estarmos vivos seria respeitado, se tivermos em conta tudo quanto se passou já – o tempo é ainda curto, mas a memória também –, aquando do regime nazi, do bolchevismo, do Maoismo, do Castrismo, do Bushismo, do Mugabismo e de outras ditaduras tristemente  autoritárias.

            A territorialidade, a agressividade e a ambiciosa ganância pelo lucro têm desencadeado no homem comportamentos e atitudes de deplorável barbárie. A humanidade só se regenera pela educação e pela socialização sistemicamente enquadradas. Torna-se urgente travar, quanto antes, o presente retrocesso civilizacional.


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