segunda-feira, 8 de março de 2021

VALERÃO AS VERTIGENS?



                             Valerão as vertigens desse dia

                             a chama sensual tida fiança

                             porque de sol a sol o tempo dança

                             na rota dos sentidos em folia?


                              Inermes são na vala sem valia

                              reféns no lado de fora da hansa

                              vexados pelo fiel da balança

                              nas sortes do corpo que refulgia


                              O mais cruel triunfo das noitadas

                              é tão fugaz e vão à luz da lua

                              e cede de repente às madrugadas


                              de sede dessa tua pele nua

                              como se p`ra caminhar de mãos dadas

                              fosse mesmo preciso ter a rua


Nota: Imagem da net

 

12 comentários:

  1. El triunfo de la noche tan fugaz como cualquier triunfo. Gloria dentro de un sueño al despertar...

    Abrazo agradecido, Humberto, por otro gran soneto.

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  2. Do meu ponto de vista, o poema inicia-se numa concetualização de base emocional, interrompe-se para relevar uma temática diferente e termina na retoma afirmativa da proposição inicial.
    Abraço de fraterna amizade.
    Juvenal Nunes

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  3. Um soneto muito bem feito, mas não de fácil interpretação, pelo menos para mim, contudo quem o escreveu, um homem, professor, investigador soube muito bem o que disse e o que quis transmitir.

    Foi postado no Dia Internacional da Mulher, não sei se propositadamente ou não e se com ela está relacionado, mas parece-me que há todo um "clima" sensorial, que atravessa o soneto.

    As vertigens valem sempre a pena, em minha opinião, mesmo que custem muito, quando temos uma mão na nossa mão, aquela que amamos, sobretudo.

    Noitadas, madrugadas valem bem a pena, também, mesmo sendo fugazes. A sede do corpo dela é o fulcro do poema.

    Abraços e saúde!

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  4. O fuso horário do seu blogue não está certo, pois eu deixei o meu comentário às 23:34 e saiu às 15:33. Não sei se isto tem ou não importância para o Manuel, mas claro que esta situação pode pôr-se correta.

    Dias felizes!

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  5. É pela noite quando as emoções estão mais despertas que nos equilibramos nas nossas próprias vertigens.
    Mais um soneto que a sua sensibilidade nos oferece.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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  6. Mais um soneto magistralmente concebido, mas não fácil de interpretar, é preciso soletrar cada estrofe, especialmente as primeiras, para que ela se abra ao nosso entendimento...
    As últimas são claras como água transparente, e delas sublinho
    "como se p`ra caminhar de mãos dadas
    fosse mesmo preciso ter a rua"

    Lindo e profundo!
    Um abraço.



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  7. Olá, meu caro!

    Pois se, e quando vier a Lagos

    aviso-me

    para nos encontrarmos.

    Será um prazer!

    Tenha uma boa Páscoa!

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  8. Soneto maravilhoso,
    Prezado poeta amigo!
    E bem concordo contigo:
    Sem rua o caminho é gozo...

    Gozar-se-ia ao sedoso
    Toque da mão ao abrigo
    Da nossa mão e, te digo
    Mão dada é um repouso

    Ao espírito amante
    Que se sente estar diante
    Da luz do amor, ao toque.

    E se o amor é bastante,
    Não dá de ficar distante
    E a rua virá a reboque!

    Grande abraço, amigo! Parabéns por tão perfeito soneto! Tudo de bom! Laerte.

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  9. Perdão misericórdia de todos os meus pecados abençoe a todos nós e ao mundo inteiro obrigado gratidão jesus eu confio em vós obrigado gratidão 🙏


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  10. Muito bonito e sensível.
    "como se p`ra caminhar de mãos dadas
    fosse mesmo preciso ter a rua"
    Gostei muito*

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