O polémico
psiquiatra e neurologista, Wilhelm Reich (1897-1957) defendia as suas
muito próprias teorias de combate à moral sexual
burguesa, apontando os possíveis caminhos da felicidade
humana, através da queda de todas as barreiras repressivas,
idealizando uma sociedade sem traumas, na medida em que a líbido
pudesse ser canalizada livremente e sem tabus, proporcionando a
pacificação psicológica dos indivíduos.
Só que o sexo constitui apenas um dos aspectos da vida humana,
e as coisas não podem nem devem gravitar unicamente em torno
dessa realidade.
Se olharmos à
nossa volta, não obstante a liberdade dos tempos que vão
correndo, rápida e facilmente constataremos o quão
enganados estavam os especialistas que, na linha de Reich, defendiam
uma espécie de anarquia sexual. Basta que escutemos os
telejornais e acompanhemos os diários deste nosso Portugal,
também neste campo, imensa e incrivelmente martirizado. O sexo
desenfreado, de feição puramente animal, ao invés
de libertar e realizar o ser humano, tem tido o condão de o
viciar e seviciar, de o tornar dependente, de o agrilhoar sem dó
nem piedade.
No nosso tacanho
rectângulozinho, onde se confrontam várias classes
sempre eivadas de mesquinhas e inconfessáveis motivações,
o fenómeno da sexualidade tem desendadeado uma enorme
controvérsia, já de si inconsequente, porque cíclica
ou gratuita, sempre que, uma vez por outra, ousa esgrimir argumentos
balofos, meramente lúdicos, sem deixarem de se insinuar
pintalgados de um certo narcisismo doentio, tão típico,
afinal, do desfile mediático do insuportável cortejo a
que fazem gáudio em pertencer e participar os políticos
da nossa praça.
Não nos podemos
dar ao luxo de falar de sexualidade só por falar, ou porque se
trata de uma problemática que hoje assume foros de moda. Quão
efémera é a moda, no fundo, todos sabemos e, por isso
mesmo, importa encarar este assunto com frontalidade e sentido da sua
real implantação nas modernas sociedades
ocidentalizadas, das quais Portugal não pode nem deve
constituir excepção. Não nos quedemos, então,
reféns de preconceitos, complexos, hipocrisias, excessos,
falsas morais ou seguidismos miméticos. Discernimento,
consciência moral, racionalidade, pragmatismo e clarividência
procuram-se...
Nota: net pic
Meu querido
ResponderEliminarMais um belo texto sobre um assunto deveras sério,mas que nem sempre é tratado como tal.
Embalados na liberdade,não podem ser cometidos todos os excessos relacionados com sexo,como temos vindo a assistir.
Consciência moral? Já não me parece que preocupe os responsáveis pela Educação,neste país. Qual é o motivo para uma criança de 10 anos poder escolher se quer ter ou não a Disciplina de Educação Moral? Na maior parte dos casos,são os jovens que se matriculam e dão aos seus Encarregados de Educação os impressos para serem assinados.Na correria em que se vive, e ao fim de um dia de trabalho,alguns pais nem sequer lêem o que estão a assinar.
Discernimento?
Alguns mal entendem o que está escrito...
Procura-se quem saiba elucidar melhor alguns dos nossos compatriotas,para melhorarmos esta situação tão caótica!
Muitos parabéns
Uma boa semana
Beijinhos
Mana
Olá, cara linda!
EliminarÉ isso mesmo: tem sido tudo deixado ao Deus dará... ou, quem sabe, ao Diabo trará...
Mas, a política da terra queimada é assim mesmo que funciona. É cada vez mais importante que nos mantenhamos atentos, no sentido de nos furtarmos a todo o tipo de acções desenvolvidas com vista à alienação colectiva, procurando sempre laborar na busca da nossa identidade comum, enquanto comunidade relacional com um Norte absolutamente definido e criterioso, rejeitando os delírios da zona Euro, que têm surgido na forma de simples resultados doentios de uma incomensurável alucinação a 28.