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Hoje,
dia 9 de Abril de 2014, quarenta anos depois da Revolução
dos Cravos, aquela que nos concederia a Liberdade perdida aquando da
instauração da Ditadura Militar, em 28 de Maio de 1926,
escutava eu o Jornal Noticioso das 13 horas, na SIC, quando tomei
conhecimento de que, há dias, neste nosso “quadrado”
rectângular, uma docente tinha sido suspensa, depois de,
alegadamente, ter sido esmurrada, em plena sala de aula, por um seu
aluno de 15 anos que, viria a sair impune... Trata-se, afinal, de
mais um episódio deplorável, de autêntica
desrealização educacional. Tentemos, então,
enquadrar, ideologicamente, os factos.
É
sabido que a sociedade tende a evoluir, quanto mais não seja,
a reboque do progresso científico, na busca da melhoria das
condições sociais de vida, na procura da emancipação
das criaturas, no âmbito de uma mais conforme amplitude das
liberdades. No entanto, nada disto tem o condão de
influenciar, de forma linear, os indivíduos, até porque
todas estas alterações que vão sendo
introduzidas na comunidade dos homens, acabam por problematizar a
autoridade tradicional, como, de facto, se viria a verificar ao longo
das últimas quatro décadas, desta nossa Democracia
tipicamente terceiro-mundista.
Uma vez aqui chegado, fácil se torna perceber a reviravolta plasmada na teia das relações familiares, pessoais, sociais, laborais e institucionais, já que, nas últimas décadas, têm vindo a se transmutar estatutos e papéis, competências e atribuições, tradições e hierarquias.
Mas, de acordo com este novo tipo de conceptualização (formal e informal) de que passou a se revestir a simples ideia de tessitura familiar, pessoal, social, laboral e institucional, desde há muito, e, já hoje, por maioria de razão, os educadores, professores e, fundamentalmente, OS PAIS, deveriam possuir na sua intrínseca interioridade (a redundância é propositada), a autenticidade da sua maturidade pessoal, que reverteria em natural e saudável autoridade, da mesma forma que os jovens deveriam possuir em si próprios o domínio dos seus desejos, pelo simples facto de que só é livre quem possui a prerrogativa de saber utilizar essa mesma liberdade com conta, peso e medida.
Acontece que tudo tem o seu início através de uma cuidada e equilibrada aprendizagem; de um aconchegado e lúcido clima familiar; de um perseverante e inteligente investimento no banco dos afectos sensatos e sentidos. Se assim não for, e na ausência de maturidade afectiva e de domínio interior, tudo descamba, se desequilibra, descarrila, atropela, se desmorona, se desvanece...
Por último: a energia recalcada, prisioneira e inconsciente de si mesma, não se expressa abertamente e procura vias travessas para obter satisfações e a inevitável descarga nervosa. Sem que o indivíduo se dê conta, age e reage subliminarmente, protagonizando comportamentos atitudinais desconcertantes: isto é válido, tanto para as pessoas como para as instituições, que não são mais (estas) do que grupos organizados (?!!!) de gente. E eis que desembocamos no exemplo reportado no primeiro parágrafo do escrito de hoje.
NOTA: Através do conceito "desrealização", quisemos aqui significar uma espécie de angústia social que tem levado os indivíduos a uma deriva do sentimento da realidade circundante.
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Querido Zé
ResponderEliminarA violência aumentou ultimamente, e, se nada for feito,vai continuar.
A célula familiar alterou as suas funções.O amor, enquanto anti-egoísmo, dom de si, deixou de existir.
Os afectos estão afectados.
A maturidade atinge-se cada vez mais tarde,fruto de um constante facilitismo
Os jovens, agora são quem manda em casa. e o que exigem dos pais exigem dos professores.que não os incomodem.Por vezes perguntam( e passo a citar): Em que é que isso contribui para a minha felicidade?!
Como se tudo aquilo que temos de fazer seja só para a nossa felicidade e nunca com outro objectivo!
Dantes, quem prevaricasse,sofria as consequências.Agora, quem sofre são sempre as vítimas e não os autores de maus tratos, a nível de escola!
O Ministério, no afã de dizer que tudo está a correr bem , finge não ver o que se passa!
Enquanto não se punirem os culpados, a violência tenderá a aumentar.
Parabéns pelo texto que põe a nu uma ferida que provoca uma dor insuportável. Para os actuais docentes e para quem já o foi.
Beijinho
Mana