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Num
ritmo cada vez mais firme e decepcionante, vai caminhando a vida das
sociedades ocidentais, no sentido da mais completa e irreversível
decadência; numa toada cada vez mais monocórdica e
decrépita, vai soando o dia-a-dia dos povos das nações
ditas democráticas, em contextos da mais terrível
ambiguidade indecifrável... lá fora; cá dentro, escuta-se a toada que advém da pauta rectangular de malabarismos
inconfessáveis, cujo canto de sereia, da nossa politicazinha
de algibeira, e que teima em se fazer ouvir porque, afinal, continua a
haver quem lhe dê atenção, mesmo que não
consiga atribuir-lhe percepção – é a população
que temos... Enfim, prossegue esta insuportável, ensurdecedora
sinfonia arrítmica, sem deixar de soar a falso, regida por
pseudo-maestros, cuja batuta fazem gáudio em exibir, numa pose
desconcertante de umbilical clave sem sol, sempre à espera dos
aplausos ingénuos ou pouco esclarecidos, daqueles que, sem
sentido, pouco ou nenhum uso fazem dos sentidos, para já não
falar da inteligência, embotada por tanto açoite
certeiro.
Parece-me ter sido este o cenário, mais ou menos inalterável, que me
tem sido dado apreciar – depreciar – a partir do auditório
institucional da política nacional, já lá vão
décadas (!!!), sem que a população portuguesa
consiga acordar da terrível modorra anestésica, em que
se encontra mergulhada – os brandos costumes não explicam
tudo – podendo tomar em mãos – já que de democracia
se trata – o seu próprio destino, como o fez algumas vezes,
com sucesso, ao longo da nossa meritória História-Pátria.
Reparem
que, durante as mais recentes campanhas eleitorais, fomos comprovadamente enganados,
porque nada nos foi informado, esclarecido ou elucidado, por quem o
deveria ter feito, relativamente ao colapso das contas dos vários
ministérios, compartimentadamente; do deve e do haver das
contas públicas; da dívida externa; do montante
escandaloso dos juros a pagar a quem do exterior nos financia; da barbárie dos impostos; da
quebra abrupta do consumo, do comportamento das exportações; da gigantesca e
avassaladora onda dos desempregados; do endividamento galopante das
famílias; da fome, da miséria, da parasitagem social,
política e institucional “legalmente” (?!) assistidas,
etc., etc., etc..
Já
repararam que, não obstante todas estas omissões, ou
melhor, precisamente devido a todas estas falhas, alegadamente
premeditadas (?), somos diariamente insultados, ao nível da
nossa inteligência, por um bem treinado exército de
jornalistas, comentadores, ex-políticos, ou seja, os já
habituais colunáveis residentes da comunicação
social, que teimam em nada dizer, falando sempre as mesmas atoardas,
banalidades, num registo medíocre, previamente formatado, de
incompetente protagonismo?! Por que razão não é
banido de vez este aflitivo coro de avençados, ao serviço
deste pântano putrefacto?!
Bem, amigo, li com toda a atenção o seu excelente texto e só posso acrescentar que o subscrevo na totalidade.
ResponderEliminarAbraço.
Um abraço, Graça Pires.
ResponderEliminarLi, e ia sorrindo imaginando a tua antipatia crispada em cada bocado de raiva monocórdica, num ritmo cada vez mais depressivo, Manel.
ResponderEliminarNeste momento só agora liguei a TV . Assim o faço todos os dias para a minha sanidade mental. Vejo um jornal para me situar neste mundo de loucos. Verifico assim se não estarei melhor um pouco...
Gramática? Qual Gramática? Isso era dantes...Pensas que todos têm a tua capacidade e fome dela?
Desce, e pára de voar. Ou então voemos de vez para sair deste manicómio...
Obrigada pelas tuas palavras tão aristocráticas! Querias que eles falassem assim? Sonha...
Aquele abração fraterno querido amigo
Abração, Manú.
EliminarQuerido Zé
ResponderEliminarDe facto,basta!
Basta é a palavra que todo o português devia saber pronunciar muito bem!
Desligar o aparelho de televisão para não dar mais ênfase a comentadores,que se aproveitam da ignorância da maioria,para simplesmente criticarem,sem trazer nenhuma ideia genial,que ponha cobro à situação lamentável em que nos encontramos.
Um completo desnorte,principalmente no que diz respeito a alguns Ministérios que não têm a menor noção de como resolverem os mais prementes problemas.
Mexem no que está a funcionar correcta,ente,só para dizer que fazem algo,mas estragam todo um competente trabalho de décadas!
Basta,basta e basta!
Parabéns pelo texto, que mostra bem o marasmo em que estamos.
Um beijinho
Mana