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Neste nosso
mundinho tão divergente e contraditório, estamos todos condenados a suportar
uma existência repleta de condicionalismos e alienações, caso enveredemos pelas
mansas atitudes do seguidismo mimético, que vai tolhendo os últimos resquícios
de autenticidade criativa do ser humano, numa espécie de atavismo redutor de
acomodatícia restrição anestésica, impeditiva do mais legítimo direito de
usufruto da saudável dinâmica de intersubjectidade relacional dos indivíduos,
na rota da felicidade.
Tendo em conta os
factos do quotidiano, mil vezes repetidos e revistos, virtualmente, em tempo
real, por cada vez mais criaturas globalizadas, urge adoptar uma postura
filosófica face ao peso demolidor dos acontecimentos, e, mais ainda, em relação
aos objectivos dilacerantes de um conjunto de contextos cujos conteúdos são
ardilosamente orquestrados, no sentido de todos enfiar numa linha de actuação (auto)matizada
pelas motivações mais primárias, logo, instintivas e animalescas, isto é, sem
nenhum tipo de racionalização ponderada.
Será que alguém se deteve já, para pensar, até que ponto não
andaremos todos com a cabeça à razão de juros, ao invés de sondarmos as
pricipais razões de fundo que possam, eventualmente, justificar... bem, se
calhar ficar-nos-emos apenas pelo âmbito das explicações, tendentes a
clarificar o nosso papel na família, na sociedade e a nível planetário. O
planeta (do grego, planétes = errante) Terra é a nossa casa comum e deriva, errante, em torno do sol,
qual montanha russa em delírio de vertigem sob a luz multicolor dos holofotes
da feira existencial das angústias. Pois,
mas a vida tem outras vertentes e é necessário que nos saibamos situar.
Em
primeiro lugar, vamos tentar perceber em que se fundamenta o sistema conceptual
que é regido pelos códigos humanos de conduta (princípios, valores, códigos,
normas, leis, crenças, cultos, ritos, assunções, etc.). Tem de haver razões,
motivos, nexos de causalidade, todos eles plausíveis, bem entendido, que
garantam a coexistência pacífica dos homens, a solidariedade, a cooperação e o
altruísmo. Dizía-me um jovem adulto (29 anos), há dias: “ imagine que tudo
funcionava dessa maneira!... Já se teria verificado o colapso habitacional do
planeta e a extinção da humanidade!” Não conseguimos aduzir nenhuma resposta...
Mas,
então, que razão de fundo devemos encontrar para a vida e para o estado de
coisas em que (e com que) a mesma se debate?! Fiquemo-nos, então, pela simples
razão de fundo do tipo ideal, ainda que a vida seja algo palpável e
maravilhoso; a mesma, se não assenta em nenhum princípio, razão ou origem cujo
fundamento seja justificável, isto é, que possa ter um fundamento real – a tese
do nosso jovem –, no mínimo, agarremo-nos aos fundamentos da racionalidade
ideal, enquanto explicação que possa fundamentar a nossa razão de fundo.
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