sexta-feira, 5 de julho de 2019

TOLHIDAS ESPIRAIS


Imagem do Google



Tolhidas espirais sulcam em ti
zelos vis nas agrestes madrugadas
se restas nos espelhos que não vi
por tudo ver de luzes apagadas

Bem sei que nada dizes de quem ri
insone esse rumor de mãos atadas
sem dizer de tudo quanto deli
se cedes às aviltantes ciladas

Não vou cruzar os braços e cismar
nem traçar os sinais de quem intenta
inventar o sono de saturar

instantes desdobrados mas vazios
nas insensatas marcas da tormenta
onde naufragam todos os navios


6 comentários:

  1. ¡Exquisito soneto, Humberto!

    Que esos instantes desplegados nunca estén vacíos y, tu barco navega con las velas en alto.

    Mi enhorabuena, poeta.
    Un saludo muy cordial y mi inmensa gratitud.
    Se muy, muy feliz.

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  2. Muito, muito bom :))

    Hoje:-Nos trilhos do anoitecer...

    Bjos
    Votos de uma óptima noite. :))

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  3. "Ver tudo de luzes apagadas" à espera que uma pequena luz devolva a luz inicial das palavras… Um soneto em cujo final se nos revela claro:
    "instantes desdobrados mas vazios
    nas insensatas marcas da tormenta
    onde naufragam todos os navios".
    Uma boa semana, meu Amigo.
    Um beijo.

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  4. Não podemos cruzar os braços; teremos que preencher todos esses instantes com luz...
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

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  5. Querido Zé
    Belo soneto!
    O que não podemos é deixar-nos levar pela tormenta. Já que conseguimos ver «de luzes apagadas», sigamos o caminho traçado com constância e energia.
    As «ciladas» fazem-me lembrar aquela expressão de Sartre, quando diz que «o Inferno, são os outros». E como são, às vezes!
    Feliz dia.
    Um beijinho
    Mana

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  6. Em algum lugar desse vasto e lindo Universo!
    Um belo soneto em tom de prece... aceso...com luzes apagadas ... Adorei!
    Um dia com muita paz.

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