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Educar é,
provavelmente, uma das tarefas mais nobres e indispensáveis a
ser implementadas pela sociedade dos homens, junto dos mais novos, no
sentido do desenvolvimento harmónico destes, sob o ponto de
vista mental, físico e social, dotando-os, para tal, de
conhecimentos, competências e aptidões, assegurando
assim a sua integração, de forma equilibrada e
proveitosa (socialização), ao longo das várias
fases etárias, a começar, necessariamente, no
jardim-escola.
Isto seria, como se
depreende, o ideal, já que, no dia-a-dia, a normal prática
educativa sofre, mais vezes do que seria expectável, desvios
de percurso, erros, problemas e distorções, que tanto
podem ser imputados aos pais e aos professores, como aos sistemas
educativos, da responsabilidade dos respectivos governos; destes,
principalmente, deveria vir o exemplo de excelência, empenho e
aprumo. Temos assistido, as mais das vezes, a imensa demagogia, a
surpreendente incompetência e a escandalosa negligência.
Mas situemo-nos, para já, no terreno escolar dos desvios:
Em contexto de sala de
aula, quer devido a uma manifesta impreparação
psicopedagógica, quer por força da dinâmica das
sensibilidades inconscientes em presença, o educador pode cair
no erro do arbítrio, da injustiça ou da justiça
incongruente, da hiperprotecção ou da negligência;
pode ainda dirigir-se à criança através de
diminutivos lamechas, mantendo uma interacção de
dependência aduladora, alternando recompensas e castigos,
arrastando consigo a criança num mútuo de incompreensão
e angústia, passível de originar nesta perturbações
psico-somáticas e motrizes.
Pode acontecer, também,
que este tipo de situações faça despoletar um
certo sado-masoquismo relacional encapotado, do qual sai sempre mais
prejudicado o ser com menos defesas físicas e mentais, ou
seja, a criança. A chantagem material ou afectiva, como moeda
de troca junto de certas crianças ou mesmo do grupo, gera o
culto de ambições egóicas clivadas e enreda o
menor numa espécie de formatação amestrada. A
reserva mental dirigida ao grupo, pautada pela vigilância sobre
os instintos, coarcta a natural predisposição anímica
dos seus elementos e atrofia a saudável manifestação
das necessidades infantis e a sua sede de estímulos
psicológicos gratificantes.
No que toca ao ambiente
familiar, só o sadio comportamento dos pais pode ajudar a
criança; não, entre outras coisas reprováveis, o
tratamento diferenciado face aos géneros, por força de
presunções culturais erróneas – conscientes ou
inconscientes; não as frustrações projectivas
dos progenitores, na busca de compensações errantes
inconfessáveis; não o filho/a moço/a de recados,
nem tão-pouco substituto/a dos pais, durante um fim-de-semana
ou ao longo de umas mini-férias do casal – brincar às
casinhas só é útil para a criança se
decorrer da sua própria iniciativa, com carácter
lúdico, simbólico e absolutamente desprovido de
obrigatoriedade ou sentido de responsabilidade e prestação
de contas aos adultos. Não, mas não mesmo aos filhos
preferenciais em detrimento do outro ou dos outros. De resto, aos
adultos exige-se que sejam exactamente isso... Adultos; sejam eles
pais, educadores ou governantes.
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