Até nós
estamos surpreendidos com o título deste nosso escrito! Não
é que quando se aborda, nos dias que correm, a temática
dos valores, do seu significado e alcance, há sempre quem diga
que agora as coisas já não são o que eram; “que
isso era dantes”; “hoje em dia é tudo muito diferente”;
“não podemos ficar sempre arreigados às mesmas formas
de ver e de encarar as coisas”; “há que estar
actualizado”. Pois muito bem: então a honestidade, a
capacidade de cumprir com as obrigações laborais,
familiares, conjugais; a integridade moral; a rectidão de
carácter, etc., não exigem do indivíduo,
enquanto membro de uma comunidade, enquanto parte integrante da
sociedade dos homens e mesmo enquanto consciência isolada que a
si própria se perscruta, a mais completa e perfeita
observância de um quadro de valores, cujos princípios,
normas e substância se mantenham inalterados e inalteráveis
na sua pureza intrinsecamente original?! Nós achamos que sim.
O respeito pela
vida humana, fundamentalmente nas pessoas das mulheres e das
crianças... estamos a pensar na urgência em acabar com a
violência doméstica -, a procura da paz, o
desenvolvimento de atitudes e comportamentos tendentes a fomentar a
harmonia no seio da comunidade dos homens e, num contexto mais lato,
no âmbito da necessária coesão social.
Hoje mesmo,
sentimo-nos mais inclinados a discernir sobre um outro tipo de
valores que, por arrasto, dizemos nós, têm sido
desvirtuados, se tivermos presente aquilo que se passava nas nossas
escolas, quer antes de Abril de 1974, quer nos primeiros anos depois
desta data. A relação ensino aprendizagem
processava-se no seio de um clima saudável de respeito pelo
professor e de interesse pelas matérias explanadas. As
excepções só confirmavam a regra. Parece-nos que
com o andar das coisas e com as alterações
artificialmente introduzidas pela “ditadura legalista” de um
chuveiro terrível de legislação autenticamente
produzida a metro, tudo viria a piorar, até porque os meninos
passaram a ser vistos como um exército de anjinhos a quem nada
se exige.
Mais recentemente,
os constrangimentos verificados prendem-se, fundamentalmente, com as
dificuldades de articulação das múltiplas
sensibilidades em presença nos actuais agrupamentos
constituídos por autênticas multidões de alunos e
professores, a significar uma complexa teia de mentalidades,
racionalidades e interesses, muitas vezes em contraponto com o
edifício potencial das sinergias que urge aproveitar, no
sentido do desenvolvimento dos múltiplos talentos, nem sempre
convergentes, quando o que importa é trilhar a senda do
progresso técnico futuro.
Torna-se difícil
também a implementação de valores que visem a
missão humana da educação e o seu alcance
inabalável de solidariedade e de empatia; o valor do respeito
pela nossa envolvência ecológica que importa equilibrar;
o valor ainda da diversidade cultural e multi-étnica, por
razões de paz e de convivência democrática.
Hoje, mais do que
nunca, importa operacionalizar uma “Educação para os
Valores”, apoiada em estratégias de fundo, obviamente, que
dotem a escola de privilégios socialmente aceites,
nomeadamente no que toca à imperiosa reconstrução
do perfil profissional e da imagem social do professor que, até
ao momento, as tutelas se têm encarregado de esboroar; isto se
quisermos que o contexto escolar se venha a tornar num alfobre de
culturas e práticas de excelência, controladas e
sustentadas pelo próprio sistema, no interesse de todos os
outros sistemas que constituem o tecido nacional. Não digam
depois que os não alertámos!
Meu querido
ResponderEliminarBelo artigo,muito atual,numa altura(e já vem de longe) em que as pessoas se esquecem de que a liberdade que possuem acaba onde começa a liberdade do próximo. Morrem pessoas nas passadeiras,conduz-se a falar ao telemóvel,embriagado,sem carta,isto para não dar mais exemplos de quem não sabe que no dicionário existe a palavra «valores» e não a põe em prática.
Diz J.S.Nobre:«Uma das coisas mais importantes no convívio da sociedade humana é a mútua compreensão.Se não houver essa compreensão entre as pessoas que frequentemente têm de se cruzar nos caminhos da vida,esta tornar-se-á difícil,o espírito de solidariedade não existirá e a caridade será despedida. É preciso que cada um vença as naturais dificuldades,faça um esforço maior e consiga ter aquela superioridade necessária para não só suportar mas compreender as diferenças alheias e conviver com elas.» E eu acrescento que isto tem de começar a ser inculcado às crianças desde o berço.E adianto:mas,por quem?
Tal como te disse ,tenho uma colega que dinamiza a escola Augusto Gil através do teatro.Disse-lhe logo que tu também escrevias peças. O PORTO CANAL já se interessou por esta dinamização e eu,se pudesse,com a tua ajuda,dava-lhe uma mãozinha.Perguntou-me que disciplina leccionavas e eu disse-lhe que começaste no 1º ciclo,depois foste para a Associação Nacional de Professores,conversa para aqui,conversa para ali,acho que disse que a tua especialidade eram o português e o Inglês.
Chama-se Elsa Guerreiro e o endereço eletrónico é elsaguerreiro@sapo.pt
Quanto aos blogues,deves ter reparado que há quem tenha centenas de seguidores.
Vou dar-te primeiro os da nossa amiga Manuela Barroso:
wwwanjoazul.blogspot.com
http://saboresdeanjoazul.blogspot.pt
http://reflexõesfloridas.blogspot.pt
Tenho uma amiga que,tenho a certeza de que gostaria muito que a visitasses http://lamentosdealma.blogspot.com
E eu,que já te fiz muitos comentários,também fico à espera que comentes o dueto iniciado pela Manu,continuado por mim e concluído pela nossa amiga.
Beijinhos da
Mana