Hoje em dia, por dá
cá aquela palha, afadigam-se as pessoas com temas, assuntos e
matérias que não aquecem nem arrefecem, não
servem para rigorosamente nada, são de uma futilidade
aflitiva, mas ocupam o tempo e o espaço da comunicação
social, determinam o aumento das audiências – no caso das
televisões; forçam a compra de jornais – em se
tratando destes; estratificam viciosamente os doentes da internet –
embalados numa espécie de letargia obscura, redutora,
solitária e fria. Reparem: no (i)mediato, estes três
meios de comunicação (?!!!) de massas conseguem o tão
desejado objectivo de chamar a atenção dos pobres
mortais, visando o incremento dos lucros pelos quais desesperadamente
se batem.
Se
calhar, até podemos avançar, aqui e agora, alguns
exemplos daquilo que no parágrafo anterior se afirma, uma vez
que não convém que as coisas permaneçam sem a
devida configuração ilustrativa da ideia que nos é
dada transmitir ao leitor. Nesta medida, atente-se nos programas
apelidados de “talk
shows”,
onde aparecem para conversas perfeitamente idiotas (há
excepções) alguns dos mais inqualificáveis
indivíduos deste país – íamos a escrever
nulidades, mas também não será assim. Os “Big
Brothers”,
onde, durante quatro meses se aprisionam, numa casa fechada mas
devassada em absoluto, uma dúzia de criaturas em regime
parasitário, a destilar venenos e afecções
afectivas, sem qualquer objectivo lúcido; “as
Celebridades Vip”,
na quinta, no barracão ou na casa... Tem graça, desta
feita, os programas foram designados na língua de Camões!!!
Bom, no caso da quinta, toda aquela bonecada urbana encenava uma
espécie de propedêutica agrícola, de resto,
inconsequente, sem nenhum benefício palpável, nem para eles nem para o público.
No
caso da “internet”
são tantas as mais-valias como os prejuízos, dado que
dificilmente se conseguem inculcar, minimamente, regras de utilização
da “WWW”
nos
nossos alunos e jovens, tendo em conta não só o
carácter altamente viciante deste meio de comunicação,
mas também a diversidade ímpar de matérias e
recursos disponíveis, cada qual o mais aliciante, perigoso ou
conspurcador de hábitos, atitudes e tendências, como é
o caso da pornografia, sempre execrável e abjecta, mas
sub-reptícia, latejante e insidiosa.
Vamos agora, então,
aos jornais. Aqui, volta e meia, surgem as sondagens: estas são
joguinhos de mau gosto, tão da preferência dos partidos
que nessas alturas se encontram na mó de cima, e tão
“indiferentemente” olhadas de soslaio pelos que se encontram na
mó de baixo. Mas, atenção: só com a mó
de cima e a mó de baixo em articulação é
que se consegue fazer farinha! Enfim...
A
seguir à brincadeirinha, bem folclórica, das sondagens,
surgiu a dos “rankings”
– outra palavra inglêsa, talvez por causa do colorido, não?!!
--, ou escalonamentos, como nós lhes chamámos; e logo
haviam de envolver as escolas nesta enganadora manobra de diversão.
Tudo
isto contitui uma pura perda de tempo: como é possível
pretender estabelecer escalonamentos entre escolas públicas e
privadas?!! Que tipo de veleidade pode eventualmente sustentar
comparações entre os resultados dos filhos/família,
económica e socialmente privilegiados e integrados e os
indigentes de má sorte dos bairros degradados e sofridos?!!
Por que razão se ignoram estes aspectos tão marcantes e
antagónicos da nossa realidade escolar e se apresentam os
resultados como se nada fosse, colocando a tónica do “sucesso”
nas escolas e colégios da “gente
bem”,
como se estes não tivessem feito mais do que a sua
obrigação?!!
Meu querido
ResponderEliminarO teu artigo disseca uma realidade que nos aflige a (quase) todos.Só os ignorantes é que não se dão conta da manipulação da comunicação social versus massas(humanas).
Quanto ao WWW,cabe aos pais protegerem os seus filhos daquilo que os pode prejudicar,bloqueando o que não devem ver.O pior é que a maioria deles,no que diz respeito a Informática,sabe menos do que os filhos.
Dou
-te toda a razão,no que diz respeito,também aos jornais e à TV,mas já sabes:«O dinheiro é tão bonito!!!...»-disse alguém.
Tem uma óptima 4ª feira.
Beijinhos da Mana