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Reflectindo
um pouco sobre tudo quanto hoje se vai passando ao nível da
educação, da falta dela ou das perturbações
que coalham o ambiente familiar e escolar, surgiu-nos esta ideia
dicotómica, de cariz filosófico, que liga o conceito de
negócio à educação equilibrada,
socialmente enquadrada, e a representação mental de
ócio, enquanto deriva pessoal, como estando mais próxima
da ausência educacional à qual se associa, conforme os
casos, o pior dos cenários caracterizado pelo clima familiar
perturbador e perturbante.
Hoje
em dia, as instituições governamentais, empresariais,
educacionais, familiares, sociais, virtuais e outras que tais
invocam, a torto e a direito, a liberdade – não conseguimos
perceber de que liberdade se trata – para explicarem o porquê
das suas decisões, comportamentos, atitudes e arbítrios,
como se o ócio fosse o negócio e o negócio o
ócio. Situemo-nos: Filosoficamente, a liberdade pessoal por
que todos almejamos abarca uma certa autonomia e independência,
de resto, confinada no tempo e no espaço, enquanto defesa ou
distensão da rotina exigente e cansativa do quotidiano laboral
ou escolar.
Isto
acontece, porque todos temos deveres (negócios) e, por isso
mesmo, devemos usufruir também dos direitos (ócios) que
nos permitem elaborar da melhor maneira a nossa personalidade. Uns e
outros, contudo, não podem ser interpretados como algo
isolado, quer da comunidade quer da sociedade, nem se devem impor
ambos como algo de meramente pessoal, divorciado do social.
Recordando
o teor do primeiro parágrafo do texto, cabe interrogar sobre
que crianças educam as famílias e as escolas?! Serão
elas desejadas e aceites?! São deixadas ser livres e
autónomas, respeitadas, apoiadas e devidamente orientadas?!
Tem pesado mais a tradição ou o bom-senso educacional
na aceitação da natureza intrínseca do educando,
enquanto indivíduo em formação, rumo à
felicidade relacional-social?! Como contestou W.
Wolf, na obra “A
Personalidade da Criança Pré-escolar (1949),
a criança não é um homúnculo, nem um
boneco-de-corda, nem um animal a domesticar, nem tão-pouco um
troféu dos papás. Em todas estas aberrações
de óptica não é possível a interacção
saudável nem o fomento de uma vivência estruturante e
segura para o desenvolvimento da sua personalidade.
Resumidamente
diremos que a segurança adequada (em função da
idade) e circunscrita no tempo e no espaço é essencial;
o amor (omnipresente) incondicional e amadurecido dos adultos
constitui a indispensável fonte de alegria, energia e
orientação; a consideração e aceitação
dos seus traços de individuação, em contexto de
liberdade regulada, permitir-lhe-ão a recriação
da sua dinâmica natural e a vivência pessoal de um
conjunto de experiências que fortalecerão o seu Ego,
habilitando-a a ser feliz. Desta forma evitar-se-ão as
denominadas dificuldades
educativas especiais, afinal,
previamente induzidas pelos pais e pelos educadores.
Perfeito, Humberto.
ResponderEliminarA primeira infância é fundamental em todo o processo de aprendizagem,
pelo que, o ensino nesta faixa etária - que devia prolongar-se até os
sete anos - devia merecer a mais rigorosa atenção.
Também desiludida pelo descaso.
Bom fim de semana.
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