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Os
afectos de aversão (Adler)
traduzem-se, em termos dinâmicos (motores), na agressividade,
na agressão, na perseguição, assumindo o rosto
da ira, da cólera e da hostilidade. Os afectos dependem da carga
energética ligada à representação, para o
bem ou para o mal, segundo Freud,
e são úteis para a sobrevivência do Homem, dentro
de determinados parâmetros. Como se compreende, quando
comparada à mulher, a constituição física
do homem (regra geral) potencia, no âmbito da agressividade,
maiores estragos, quer em termos dinâmicos,
quer económicos.
Essa
consciência afectiva (sentimento emocional), que Freud
designou de “quantum
de afecto” (energia
pulsional) que investe as representações é:
qualitativa, de acordo com a oposição dinâmica de
forças) e quantitativa (intensidade energética –
economia). “Cultura
e suas Desvantagens” (1930) é
a obra onde este mestre qualifica a agressividade como “um
impulso nato e autónomo do homem”.
Assim, em sociedade ou na família, quanto mais fraco é o próximo,
maior é a tentação de o agredir e perseguir
(bullying, violência no namoro ou doméstica, abuso de poder, assédio moral e prepotência laboral),
dizemos nós. Mas há mais:
Como
se trata de um sentimento primitivo (irracional/reptílico) de
inimizade e confrontação, torna-se tanto mais
destrutivo e aniquilador, quanto mais avança o progresso
técnico e cultural, uma vez que este é uma faca de dois
gumes, capaz de reactivar (redimensionar/ampliar) a idiossincrasia do
homem e de o dotar, também, de instrumentos auxiliares de
destruição maciça e massiva, ameaçando,
permanentemente, de ruína, a família, a sociedade e a
sua única casa planetária (Konrad
Lorenz, 1903-1989).
Freud
defendia
ainda que, perante tamanha carga emocional, o superego remete-a para
o ego onde se despoleta a agressividade e a autodestruição,
isto é, a neurose e a psicose. É assim, ainda hoje, com
as personalidades psicopáticas, nas crises hipomaníacas
e na demência aterosclerótica; nas depressões e
na esquizofrenia, com excepção das violentas birras
típicas das crianças de dois anos.
NOTA
1: Os
cientistas
actuais apontam o mesencéfalo
do homem, na zona média cerebral, com diencéfalo
(tálamo
e hipotálamo)
– cérebro
reptílico, regulador das funções vitais básicas,
como nos répteis –;
e
córtex
cingulado
no topo envolvente – sistema
límbico, onde se alocam os sentimentos ou afectos primários
dos primeiros mamíferos.
NOTA
2:
“Recentemente” constituiu-se o neo-córtex
– sede
das funções cognitivo-afectivas superiores complexas,
capazes de pensamento e linguagem e de diferenciar emoções.
Contudo, o cérebro reptílico continua actuante.
NOTA
3:
Bibliografia
revisitada:
Damásio,
A.
(2013). O
Sentimento de Si – Corpo, Emoção E Consciência.
Temas e Debates. Círculo de Leitores. Lisboa.
Goleman,
D.
(2006).
Inteligência
Emocional. Revista
Sábado. Espanha.
Hell
D. (2009).
Depressão – Que sentido faz? Sete
Caminhos.
Lisboa.
Mlodinow
L. (2014).
Subliminar
– Como o Inconsciente Controla o Nosso Comportamento.
Marcador Editora. Lisboa
Sempé,
Jean-Caude et al
(1969). A
Psicanálise.
Edições 70. LisboaImagem do Google |
Muito bom seu artigo, Humberto. O agressor, com suas manifestações doentias, se pegar pela frente um ser mais cordato, é claro que se sentirá com mais poder, campo aberto, pois não haverá nenhuma trava para seu descarrego doentio. Agressão é doença, não há dúvidas, e o final é apavorante as atrocidades que fazem, o ser humano não muda, consequentemente uma pessoa agressiva, doente, penso seguirá assim. Só fará uma pausa quando sentir o perigo, e olha lá...
ResponderEliminarbjs.
Um artigo muito interessante. Obrigada pela partilha:))
ResponderEliminarHoje :- Sinto o perfume no ar numa distância atroz
Bjos
Votos de uma óptima Quarta - Feira
Todos os seres humanos, inclusive os animais, trazem à nascença esse impulso como forma de se protegerem e há vários graus de agressividade. O problema é quando essa agressividade se torna violenta e desencadeia comportamentos destrutivos aos outros e a si próprios como muito bem refere no sem texto.
ResponderEliminarGostei muito do seu artigo.
(a si próprio)
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