quinta-feira, 8 de agosto de 2019

INSÓNIA - A PIOR DAS CONDENAÇÕES


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    Como interrogava um poeta, em 1998, “Com que crédula esperança/se ergue cada sonho/na surpresa da manhã levemente azul?...” e prosseguiu: “A curiosa expectativa da noite extinta/no túnel estreito da insónia/cruza memórias de constelações vivas/com abismos obscuros de incompreensível espanto (...)”. Embora a necessidade de dormir, maior ou menor, varie de pessoa para pessoa, a sua satisfação fisiológica é imprescindível, pelo que é desejável que se verifique um adequado equilíbrio entre sono e vigília.

    A ansiedade e outro tipo de problemas de saúde, quer físicos quer psicológicos, impedem a indução do sono, inibindo a estimulação dos seus factores, através da diminuição do seu fluxo, o que mantem a activação cortical a partir da formação reticular. Por este desequilíbrio podem ser também responsáveis o baixo teor de melatonina, conforme Damásio (2017), bem como as variações na concentração de serotonina nos neurónios dos núcleos do rafe, abaixo da amígdala.

    É impensável não dormir. Só o sono, naturalmente, tem a capacidade de regenerar o cérebro, procedendo à sua síntese proteica. Aumenta o fluxo sanguíneo cerebral. Procede à restauração somática. Estimula, na altura própria, as hormonas de crescimento. Prolonga-se por mais horas nos recém-nascidos e diminui na velhice. É lamentável, portanto, que o Ministério da Educação continue a não responder, no Pré-escolar, pela rigorosa observância da sesta generalizada das crianças, em salas próprias.

    Para combater o flagelo da insónia, há quem tome, mesmo sem aconselhamento médico, todo o tipo de hipnóticos; no entanto, os especialistas recomendam as benzodiazepinas, por serem mais seguras... caso o exercício físico exigente e rotinado no dia-a-dia, não dê resultado. Não veja televisão nem se grude ao computador, antes de se deitar... Isso, leia um livro! É que a insónia é a pior das condenações.

13 comentários:

  1. A insônia faz parte da minha realidade. Incomoda muito... mas estou buscando soluções. AbraÇo!
    Obrigada pela visita e excelente comentário no meu blog.

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  2. O melhor remédio para a insónia é mesmo ler...
    Gostei da abordagem ao tema, muito elucidativa.
    Caro Humberto, continuação de boa semana.
    Abraço.

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  3. A insônia atinge,infelizmente, cada vez mais pessoas e é triste! Abraços chica

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  4. sinto o dever de lhe agradecer as palavras elogiosas sobre o poema "Incendeias as Ruas" (Ortografia do olhar) e análise fundamentada a que se deu ao trabalho de fazer

    tanto mais que julgo ser este o meu primeiro contacto com este qualificado espaço. agradeço-lhe, portanto. e peço licença para acompanhar as suas publicações

    um abraço

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  5. É muito bem-vindo, Manuel Veiga. É um prazer tê-lo connosco.

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  6. Meu amigo Humberto, estou nessa da 'insônia', testemunho aqui que é algo irritante, cansativo e outras coisas mais. Realmente a televisão e o computador dão sua cota de colaboração. E o rádio também. Muitas vezes usamos o rádio em uma estação de músicas, mesmo clássicas, mas é algo que nos prende, vicia. Desperta. E chega o momento que não conseguimos dormir sem essas coisas. Dizem os médicos que o quarto deve ser escuro e uma leitura, sim, antes de dormir, faz bem. E sem som algum. Mas cá estou eu fazendo esse comentário às 22 horas, antes de dormir! Mundo moderno é isso...
    Ótimo texto que alerta os ainda não viciados em alçar mão de uma tecnologia à noite, coisa que quero abrir mão.
    Beijo, amigo.

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  7. Ás vezes, quando as coisas correm mal no trabalho, durmo mal e tento evitar tomar um comprimido. E, sim, ler ajuda...
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

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  8. Sei bem o que isso é.
    A insonia faz parte da minha vida desde muito jovem, e pior que a insonia só mesmo os pesadelos.
    Esta crónica acaba muito bem, cito:-É que a insónia é a pior das condenações.
    Bom domingo
    Beijinhos
    :)

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  9. Las noches son largas y contínuas, dolores de cabeza de tantas noches sin dormir, es una locura, las recomendaciones no funcionan, los medicamentos casi que tampoco y solo el insomnio es una constante.
    Un placer conocer tu espacio, Humberto

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  10. Boa tarde,Poeta. Gostei do texto. No meu caso e muito sinceramente, nunca tive insónias ... mas acredito que seja um tormento para quem as sofra. Eu durmo pelo menos oito horas por noite e o mais perto que eu estive de uma insónia, foi eventualmente por algum problema de saúde meu ou familiar. Tenho por hábito deitar-me, o mais tardar, às nove da noite e levantar-me entre as cinco e cinco e meia; não bebo café nem como chocolate, o meu jantar pouco mais é do que uma sopa ou frutas, já o pequeno almoço... não me privo de comer tudo o que me aparece, dentro do que considero ser saudável (beringela, mamão, iogurte natural, ovos e pão com manteiga). Pratico muito exercício físico, leio, desenho, pinto e tento resolver os meus problemas durante o dia; portanto... fico com a noite toda para sonhar e como sonho!... Insónia? Não é comigo, não, felizmente ��

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  11. Carminha, até dá gosto ler este pequeno texto. Mas que inveja... Deve ser gratificante acordar depois de uma repousada e repousante noite de sono.
    Beijinho

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  12. Querido Zé
    Ter insónias é terrível! Impedir as crianças de uma sesta é reprovável!
    Ainda bem que chamas à atenção para esta falha.
    Mas acho ainda pior haver «adultos» que, mercê de consumos errados, se auto-impedem de dormir, permanecendo toda a noite fora da cama!!! E nem falo dos prejuízos que daí advêm!
    Belo texto!
    Beijinho
    Mana

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    Respostas
    1. Querida Bea
      Não sei que tipo de leituras tens feito ultimamente, nem tão-pouco vislumbro de que "adultos" estarás a falar, concretamente; contudo, os erros consumistas configuram sempre: alienação, dependência, reificação, indefinição, falso-self, vazio interior, carácter rarefeito... Isto, já para não falar na delirante esgrima nocturna que se opõe, deliberadamente, à natural marcha do relógio biológico, com todos "os prejuízos que daí advêm!"
      Uma coisa é ter insónias, outra é ter o comportamento desviante de um morto-vivo.
      Beijinho
      Nota: Opta por outro tipo de literatura.

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