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Na era da comunicação
virtual, global e omnipresente, como fica o jornalismo (televisivo e
radiofónico) caso pretenda diferenciar comunicação
e informação? Perante a presente dicotomia, não
é possível confundir a comunicação
intersubjectiva dos indivíduos, ainda que se trate de mero
entertenimento, que é relacional, opcional, e informal, com a
formalidade que visa a transmissão de determinados conteúdos
informativos específicos, servindo receptores mais ou menos
vastos. Em ambas, contudo, a subjectividade está sempre
presente, bem como o fenómeno comunicacional.
Sendo assim, importa, principalmente
no segundo caso, pugnar por um esforço de aborgagem do real,
respeitando a ética profissional e a deontologia jornalística.
No primeiro, seria conveniente respeitar a impreparação
das massas, não abusando da sua permeabilidade e receptividade
à alienação, evitando atropelos à
dignidade moral e à integridade mental e física – esta, por
arrasto, das audiências.
A
propósito: no ano de 2011, se bem me lembro, uma aluna que
apoiei na sua pós-formação universitária,
ofereceu-me a obra A
Locomotiva dos Sonhos (Paz Barroso, 2008),
e, agora, depois da re-leitura da mesma, chamo a atenção
para algo que este autor, nascido em 1957, trata, neste livro, de
forma muito pertinente: trata-se da “opinião publicada”,
que nada tem a ver com a opinião pública.
Através de uma escrita clara e
objectiva, Barroso demonstra que existe apenas a opinião
publicada e não a opinião pública. Este facto
deve-se à influência social, cada vez maior, exercida
pelos meios de comunicação sobreviventes – estes
prevalecem, sendo mais fortes e poderosos, porque se movimentam nos
meandros do poder, com total descontracção e segurança,
mistificando e substituindo a opinião pública, no
embalo de uma moral adoptada pelas massas, de forma ingénua e
colectiva, logo, legitimando o real adulterado, mas aceite pelas
mesmas.
O
discurso jornalístico não se pode deixar comprometer,
devendo ser a “mediação desinteressada do real”,
fruto da visão neutral dos acontecimentos, correctamente
mediatizados. Barroso lembra ainda que, neste âmbito, a opinião
pública é substituída, no plano simbólico,
por outras formas de opinião – e, aqui, acrescentamos a
correlação deste aos planos do imaginário
inconsciente.
Fala depois na utilização jornalística de
sondagens que partem do pressuposto de que existe consenso, a partir
da questão colocada, como se não existisse outro tipo
de problemáticas de real importância, para além
daquela. É que, quanto maior for a desagregação
social das massas, resultante da ausência de coesão por
instinto, maior se torna a necessidade de serem e de se sentirem
estimuladas por “interesses e motivações
publicitárias”, isto é, pela mais descarada
propaganda antidemocrática.
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Acho muito interessante esta diferença entre opinião publicada e opinião pública. A comunicação social é, quase sempre, culpada disso.
ResponderEliminar"Saber ler nas entrelinhas" sabe o meu Amigo. Basta ver a forma como comenta os meus poemas. Obrigada por isso.
Uma boa semana.
Um beijo.
Bom dia e Boa semana.
ResponderEliminarGistei muito de sua publicação faz pensar
e comparar com tudo que
acontece.
Bjins
CatiahoAlc.
do Blog
https://reflexosespelhandoespalhandoamigos.blogspot.com/
Se desejar conhece também meu Blog e Frases
aqui https://frasesemreflexos.blogspot.com/
No mundo actual a notícia em todos os aspectos é um bem necessário, mas temos de estar sempre cautelosos porque ela pode ser virtual, tendenciosa e manipuladora.
ResponderEliminarA notícia como é publicada, é suscetível de influenciar a opinião pública.
Gostei! Boa tarde, Poeta. Beijinho