quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O MEU AMADO JORGE



Imagem do Google
Este pequeno e despretensioso texto visa, tão só, homenagear esse vulto enorme da língua de Camões, que tantas e tão excelentes obras nos legou durante os seus 89 anos de vida. Falo, naturalmente, do meu Amado Jorge, isto é, de um dos meus autores favoritos – JORGE AMADO.

Este estraordinário escritor e ser humano nasceu no dia 10 de Agosto de 1912, no Estado da Bahia, em Itabuna, na grande nação sul-americana de expressão lusófona, que é o Brasil. O pai de Jorge tudo fez para que o rapaz estudasse Engenharia, Direito ou Medicina. Jorge Amado optou pelo curso de Direito, a par de uma participativa militância cultural e política, no âmbito de uma corajosa actividade cívica. No ano de 1935 consegue a licenciatura, mas não procura o diploma nem chega a exercer advocacia.

No ano de 1930, com 18 anos apenas, portanto, assina o seu primeiro romance – O País do Carnaval, ao qual se seguiram Cacau; Suor; Jubiabá. Em 1941 vê-se obrigado a optar pelo exílio, na Argentina e no Uruguai, depois do seu excelente livro Capitães da Areia ter sido queimado pelo regime brasileiro, em 1937.

A partir do terminus da Segunda Grande Guerra, em 1945, Zélia Gattai passa a fazer parte da vida de Jorge Amado até ao fim dos dias do escritor. É da responsabilidade de Amado, também enquanto deputado federal pelo Estado de São Paulo, a lei que assegura a liberdade religiosa no Brasil, embora tenha vindo depois, em 1947, a perder os seus direitos políticos, devido à ilegalização do Partido Comunista Brasileiro, ao qual pertencia desde muito jovem.
 
Manipulado mas não maniatado, Jorge Amado exila-se de novo, desta feita na França e na Checoslováquia onde permanece até 1952, na companhia de Pablo Neruda, de Pablo Picasso, de Louis Aragon e de Nicolás Guillen, não deixando nunca de escrever e de lutar pela paz e pela democracia.

1961 será um ano cheio de sucessos para Jorge Amado: é eleito para a Academia Brasileira de Letras; Academia de Letras da Bahia; Academia de Letras da República Democrática Alemã; Academia de Ciências de Lisboa.
 
No ano de 1958, Gabriela, Cravo e Canela torna-se um estrondoso êxito literário, e a Metro Goldwyn Mayer paga ao escritor chorudos e merecidos direitos cinematográficos pela obra. Em 1963 Jorge Amado muda-se definitivamente para a Rua Alagoinhas, em Salvador, para a casa adquirida, em 1958.

Jorge Amado, ao longo da sua vida, recebeu vários prémios internacionais, dos quais destaco os seguintes: Prémio da Latinidade (França, 1971); Prémio Pabo Neruda (Rússia, 1989); Prémio Mediterrâneo (Itália, 1989); Prémio Luís de Camões (Brasil-Portugal, (1995).

São dele, também, entre muitos outros, os seguintes títulos: Comendador da Ordem das Artes e das Letras (França, 1979); Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada (Portugal, 1980); Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986); Grande Oficial da Ordem do Rio Branco (Brasil, 1987); Ordem Carlos Manuel Céspedes (Cuba, 1988), etc..

Jorge Amado deixou-nos, na Bahia, no dia 6 de Agosto de 2001. 

 

1 comentário:

  1. Querido Zé
    Para mim, também é o Amado Jorge.Li muitas obras dele e gostaria de as ler todas.É um autor admirável!
    Obrigada pela riqueza da biografia que lhe dedicaste, sem nada esquecer.
    Aqui em Portugal, tivemos o privilégio de assistir em 1976/1977 à passagem, na televisão, da obra Gabriela, cravo e canela, uma telenovela vista a preto e branco, mas que nos deliciou.
    Parabéns pela tua homenagem.
    Um beijinho
    Mana

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