sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

QUANDO PASSARES À MINHA PORTA



Imagem do Google

Quando passares à minha porta
como as nuvens no Inverno
não chores as tuas mágoas
nem cumpras indecisões
não culpes o Sol oculto
num descanso intermitente
nem leves contigo o vento
se soprar descompassado
não chovas delírios líquidos
nas floreiras pendentes
adivinhando as promessas
de uma nova Primavera
nem dispas todas as árvores
onde os pássaros de fugida
se albergam insensatos
na inaudível voz da sombra
do rosto de um tempo agreste

Não páres junto à calçada
de pedras enegrecidas
adormecida no vácuo
dos dias imperecíveis
nem faças jus ao Estio
na sua demanda Outonal
para germinar o trigo
na túmida conjugação
das searas solitárias...
Se passares à minha porta!

1 comentário:

  1. Se eu passar à sua porta hei-de dizer-lhe, meu Amigo, o quanto gostei deste poema, cheio de ritmo e carregado de esperança…
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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