Imagem do Google |
Não transgridas a tua própria ausência
e segue antes o caminho que foi teu
voltando a ser a luz que se contempla
na clara bonomia de todas as dúvidas
que renascem em cada novo dia
por serem pertença e reencontro
sem deixarem de ser inserção e viagem
Não fujas de ti tão sem sentido
mesmo que percas o eco dos teus passos
porque no espelho afinal nunca te sentes
já que o mesmo regista as tuas dúvidas circulares
reflectidas duais especulares replicadas
no limiar da angústia revisitada
Se nunca souberes o que te move
sendo tu mesma ou um alter ego ou um duplo demoníaco
agirás então ao acaso ou por submissão
e sentirás a dor dilacerante do vazio
a cavar soturnos abismos delirantes
Eu sei que já buscaste o verde e o azul à tua volta
mas não estavam nos lugares mais obscuros
porque os afectos são sempre uma simetria partilhada
Sem comentários:
Enviar um comentário