quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A INFORMAÇÃO ONLINE


Com o crescente desenvolvimento das novas tecnologias, o que confere uma nova realidade à forma como se opera a comunicação e a visão que se nos oferece de tudo quanto se passa na “aldeia global”, como lhe chamou Marshall McLuhan, alterou-se também o paradigma comunicacional que, beneficiando da digitalização das práticas jornalísticas, viria a adoptar, ao invés da massificação, a possibilidade de individualização onde a interactividade é pautada pela personalização da informação (Bastos 2010: 1, Amaral 2005: 135).

Na sociedade dos nossos dias, face à introdução do ciberjornalismo, os profissionais da comunicação são levados a experimentar novas atitudes jornalísticas e novas linguagens (escrita e leitura), para poderem enquadrar os novos dispositivos tecnológicos ao seu dispor e retirar deles todas as vantagens que os mesmos conferem à comunicação. Estar online é estar em contacto directo com o utilizador e ser capaz de jogar ao nível da interactivididade, da hipertextualidade, com carácter dinâmico, mas ignorando a pressão do tempo e do espaço como acontecia no jornalismo tradicional.

A interactividade e a hipertextualidade conferem ao jornalismo online algo de novo que o jornalismo tradicional não ousava: com a internet, reconfigurado o novo espaço global mediático, o utilizador acede, através da sua interactividade e pode, a qualquer hora e em qualquer lugar, dispor de informação prática e objectiva, que o jornalista readaptado e sempre actualizado garante com recurso à multimédia e à hipertextualidade integrando várias hiperligações organizadas em rede.

O ciberjornalismo, que utiliza processos interactivos no âmbito da comunicação digital, fomenta interacções mútuas e personalizadas, através do correio electrónico, dos fóruns de discussão, chats, inquéritos e comentários (Amaral 2005: 136/137).

Não obstante as potencialidades já declaradas do jornalismo online, uma coisa é a teoria outra coisa é a prática, nomeadamente no nosso país.

A propósito do jornalismo online em Portugal, António Granado, jornalista e editor do “Público online”, numa curta entrevista com data de 24/11/2007, dá nota de um ciberjornalismo ainda em fase embrionária, quer da parte das empresas jornalísticas, quer no que diz respeito ao entusiasmo dos leitores. Acrescenta também que as universidades não agarraram ainda as potencialidades dos novos media e que se encontram desactualizadas na leccionação dos futuros jornalistas. Não há jornalismo participativo em Portugal, diz Granado, porque a mentalidade é retrógada e existe o medo do digital.

 Por último, Granado sugere que, no futuro, o jornalista tem de se preocupar mais com os leitores e não tanto com as fontes, até porque o leitor do futuro “sabe mais do que eu”, como escreveu Dan Gillmor.

Imagem do Google

6 comentários:

  1. A dormir não andam, mas comprometidos, “adormecidos” e iludidos, andam.
    Será que esta rapidez e profusão de notícias mercê das ferramentas tecnológicas actuais são úteis ao grande público? É uma questão que eu muitas vezes me interrogo...
    Boa tarde. Beijinho

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  2. Muito bom. Gostei de ler:))

    Hoje:-Para além do infinito

    Bjos
    Votos de uma óptima noite

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  3. Gostei do seu formato de post.

    juliamodelodemodelo.blogspot.com

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  4. Humberto,
    O jornalismo tem de ser tratado sempre com cautela e respeito, pois, nós jornalistas somos fonte de informação e e opinião.
    Ainda prefiro ser um "Ombudsman" no jornalismo do que praticar um "Cyber Jornalismo" ou ser um "copy desk" digital, que em sua grande maioria, só propagam opiniões vazias e sem conteúdo de veracidade!
    Um abraço!

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  5. Olá, Humberto, sabes, eu era amarrada em ler jornais tradicionais após o café da manhã, notícias, crônicas, enfim aquelas variedades que desde a adolescência acostumei, pois meu pai assinava alguns jornais. Tinha tanta certeza que jamais iria ler um jornal online. O jornal merecia mais, pensava eu.
    Mas a minha opinião deu voltas como a vida dá, hoje não leio jornal físico, aquele tamanho descomunal do qual me acostumei, leio com o maior prazer online, gostoso de ler e em qualquer sala de espera, eu amo jornal. Só não leio livros online, ainda preciso dele, de pegar, é um outro tipo de amigo. E esse não quero que morra, jamais!
    O jornal online engoliu o jornal de papel. Leio as opiniões jornalísticas com o mesmo respeito que lia no jornal convencional, é uma questão de costume. Dobrei-me ao Web Jornalismo que tem algumas características interessantes que o jornalismo tradicional (jornais e revistas) não são capazes de acompanhar.
    Aplausos pela postagem!
    Beijo, um ótimo final de semana!

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