O
nascimento de uma nova vida humana constitui sempre um trauma,
seguramente para a criança. Compete à mãe a
tarefa de readaptação da sua nova condição
de recém-nascida, através dos seus corpos,
integrando-a, o melhor possível, no ambiente familiar, onde a
presença do pai e dos irmãos, se os houver, é
também crucial. É importante garantir os vínculos
necessários, desde logo, para potenciar toda a riqueza
inerente ao desenvolvimento infantil.
A
não ser assim, cava-se o fosso do trauma e a vacuidade
narcísica; fomenta-se o apagamento emocional; esfuma-se a
alegria de viver e de descobrir; engendra-se um quadro de somatização
onde está patente o instinto de morte, resultante da angústia
da perda do objecto. O psiquismo do sujeito é profundamente
abalado, instaurando-se a desordem e a perda da consciência
moral e agravam-se as feridas narcísicas.
Neste
tipo de situações (recordamos casos concretos), ocorrem
sempre negligências relacionais maternas graves e continuadas,
nos cuidados primários e subsequentes, onde a interacção
se pauta por uma proximidade parasitária dual de cariz
sado-masoquista. Aqui, a criança internaliza apenas a
frustração da perda e rejeição que a
isola, perturba e confunde. Depois do universo inconsciente dos pais
ter pesado sobre a gestação e o nascimento do novo
filho, acresce agora o seu comportamento disruptivo.
Estamos
em presença de modelos de vinculação precários
e redutores que aniquilam a capacidade de adaptação à família, à
escola e ao social, como se a criança tivesse de atravessar um
precipício através de uma ponte-rudimentar-sem-grades:
mostrar-se-á insegura, apavorada, frustrada, revoltada e
ansiosa; correrá o risco eminente, também, ao longo da
vida, de sofrer de patologias de cariz neurótico ou psicótico.
O
seu psiquismo tenderá a procurar defesas compensatórias,
por sistema, através da denegação e da
regressão; do recalcamento e da foraclusão; da clivagem
e da identificação projectiva. É a luta
desesperada do Ego, na tentativa de aquietar a ferida narcísica
e a gestão objectal; de se furtar às malhas da psicose,
mas incapaz de evitar as neuroses obsessivas e a variabilidade da
sintomatologia psicossomática.
Imagens (2) do Google
Belo e sensível!
ResponderEliminarHoje no Brincando:-Instante ilusório
Bjos
Votos de uma óptima noite
Freud, Adler, Jung... li
ResponderEliminarGosto de psicologia,
Mas tudo é uma só via
Que segue e acaba em si.
A mente humana, eu senti
Ser razão, alma e um guia
Abstrato que irradia
Luz que transcende à magia.
Tudo é mistério! A matéria
É complexa e séria
Consonante à disciplina!
Disciplina deletéria
Da fé e luz, é a miséria
Perante a alma divina.
Grande abraço! Laerte.
E, os pais também.
ResponderEliminarMuito bom esta sua reflexão.
Eu costumo dizer que os pais, no essencial, apenas têm obrigações e nenhum direito sobre os filhos.
ResponderEliminarExcelente texto, gostei imenso.
Caro Humberto, um bom fim de semana.
Abraço.
Que texto ótimo! Bendita são as crianças que nascem num núcleo sadio, responsável e amoroso. Bendita são elas que crescem num núcleo sem grandes atritos e desenvolvem-se em escolas onde o ensino, de fato, é primordial, isento de ideologias, como acontece no Brasil de 20 anos para cá. Creio que serão adultos responsáveis e vencedores. Trazem a chance de terem famílias também mais saudáveis e estruturadas.
ResponderEliminarGostei muito do seu artigo, Humberto!
Beijos.
Um texto magistralmente escrito, que nos mostra quão importante é a relação mãe e filho, desde as primeiras horas do seu nascimento e como um contacto amoroso e sadio entre ambos e os restantes membros da família, pode ajudar a formar a sua personalidade! Gostei!
ResponderEliminarAgradeço a sua visita ao Barlavento e apraz-me dizer-lhe que apreciei deveras o seu comentário porque mostrou ter compreendido o sentido do poema.
Muito obrigada, volte sempre.
Um abraço.
Gostei imenso deste seu texto, meu Amigo. Também sou mãe e gosto de pensar que mereci os meus filhos…
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Sempre a aprender! Obrigada.
ResponderEliminarBeijinho
Mana