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Na
obra intitulada O
Desenvolvimento do Ego, publicada
no ano de 1976, Jane
Loevinger (1918-2008),
a sua autora, entende identidade
como
“um sentido emocional sobre o self,
uma percepção de bem-estar e de coerência entre o
passado, o presente e o futuro (...)”, aliados à
interiorização intelectiva desses constructos, como de
resto, nos elucida a investigadora que a cita (Fleming, 2004, p. 84).
Confuso?! Provavelmente!, dado que esta espécie de definição
se plasma já em um certo nível de elaborada abstracção
conceptual, para que seja possível alcançar ganhos de
garantida dinâmica referencial, face ao objecto
extra-linguístico, sempre que a temática é
abordada. Simplificando...
Se
olharmos para a sinonímia da palavra em apreço –
iden-tidade
–, verificaremos, também aqui, na primeira parte do vocábulo
(unidade de sentido), uma relação de similitude
semântica que se prende, etimologicamente, com o significado
latino de idem,
isto é, o
mesmo; a mesma coisa.
Em termos de taxinomia e sistemática, permitimo-nos a ousadia
de dividir o termo em duas unidades convergentes de sentido,
tornando-o, na prática, mais uno e provido de significância.
Desta maneira, a ideia (representação mental) de
igualdade absoluta, de paridade, de inserção e
pertença, de essencialidade afirmativa, diferenciadora,
distintiva (psicofisiologicamente) emerge mais interiorizada,
consciente, pujante e clarificadora. Concretizando...
Como
refere Loevinger,
é
indispensável a interiorização intelectiva dos
constructos enumerados no primeiro parágrafo, para que a
identidade do sujeito se manifeste junto de outrem ou dos outros. De
resto, todo o processo de construção da mesma decorre
de forma inconsciente e a sua elaboração requer tempo e
contexto adequados. A criança, em sede de triangulação
familiar, introjecta esse mesmo quadro mental, passo a passo,
argamassando, modelando, e alterando também, a sua identidade
própria, a partir do modelo de interiorização
particular de interacção com o progenitor do mesmo
género; esta preciosa arquitectura permite-lhe, então,
no âmbito social, a exteriorização posterior da
sua maneira de estar, de sentir, de pensar, e de agir com
autenticidade e segurança alicerçadas. Concluindo...
A
identidade tanto diferencia, separa e decide como colectiviza e
amalgama os comportamentos; auxilia a individuação e a
estruturação da personalidade de cada um de nós
nos diversificados contextos da vida, mas é conveniente que
estejamos sempre atentos à influência da psicologia
grupal, uma vez que esta obnubila as consciências, primitiviza
as intenções e cega as acções. Chamamos a
atenção, nomeadamente, para a fase da adolescência,
quando a identidade, deveras flexível (periclitante) ainda,
fica sujeita a tensões incontroláveis. Aqui, uma vez
mais, ocorrem vários conflitos entre o instintivo e o social,
desembocando na perda da identidade pessoal, na quebra anímica,
no desespero e no ensaio que faz gerar as primeiras manifestações
psicóticas. Atenção!
Sempre a brindar-nos com temas cultos e de reflexão, meu Amigo.
ResponderEliminarAgora quero agradecer o carinho das suas palavras. Quanto ao livro, talvez a editora ainda não tenha feito a distribuição. Se quiser cedo-lhe um exemplar dos que comprei. É só enviar-me a sua morada para: gracampires@hotmail.com
Um bom fim de semana.
Um beijo.