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Na
generalidade das mais diversas situações, particulares,
oficiais, gerais ou de fundo, as coisas são como são,
como dizia um famigerado político da nossa praça, e não
como a distorção da nossa visão subjectiva as
projecta na nossa mente e as veicula aos outros, naquela linha também
de quem conta um conta acrescentando-lhe um ponto.
Nesta
conformidade, no âmbito da aprendizagem, devem ser observadas
condições mínimas essenciais, para que as coisas
funcionem, enquanto atributos fundamentais de cada estudante, ao
nível da motricidade, da percepção visual; do
esquema corporal, a saber lateralidade, orientação
espacial, orientação temporal; acuidade auditiva,
vocabulário e facilidade de expressão; memória e
motivação intelectual.
É
evidente que sem uma máquina bem oleada, esta emperra e não
anda, ou seja, tudo deve estar operacional, para que os desideratos
pretendidos possam ser plenamente visados. Verificam-se, por vezes,
inúmeros condicionalismos, num quadro de difícil ou até
mesmo impossível percepção e abordagem por
parte do professor, dado que se inserem no contexto que aqui optamos
por, temerariamente, designar de neuro-pedo-problemática.
Nesta
medida, se estivermos em presença de alunos com problemas
motores graves, mais sérias serão as hipóteses
de se virem a verificar contratempos no normal fluir das
aprendizagens.
Fundamental
mesmo é a visão, se perfeita, sentido imprescindível
na aprendizagem da leitura, da escrita, do cálculo mental e
das situações problemáticas. É óbvio
que uma visão deficiente ou deficitária pode impedir a
cabal interiorização das letras, dos sinais da
pontuação e de todo o código semântico que
possibilita a leitura correcta e significativa de um texto.
Podem
ocorrer mesmo disfuncionalidades ao nível da dislexia e da
disortografia, por força de uma incorrecta percepção
visual. Nestes casos só há uma saída: a entrada
do gabinete médico ( de que deveriam estar dotadas todas as
escolas), para que se proceda a uma rápida, conveniente e
criteriosa despistagem clínica da anomalia.
Tendo
agora, em linha de conta, o esquema corporal, como refere Wallon,
1968: “representação relativamente global, científica
e diferenciada que a criança tem do seu próprio corpo”,
chegamos ao entendimento da maneira como se vai construindo a
personalidade infantil.
Uma
criança perfeitamente integrada face ao seu próprio
corpo e respectivos membros, saberá sempre situar-se perante
os vário objectos à sua volta, em relação
às outras pessoas e, até, conseguirá o registo
correcto dos factos ocorridos relativamente à sua pessoa e,
ainda, no âmbito da relativização dos factos em
si , entre si, enquanto tais.
Um
esquema corporal bem definido e estruturado, dá à
criança uma consciência plena do seu eu e do espaço
onde se move.
Com o
decorrer do tempo, isto é, com o passar das semanas, dos meses
e dos anos, enquanto se processa o normal desenvolvimento
(crescimento) de qualquer criança saudável, um dos
hemisférios cerebrais irá determinar a chamada
dominância lateral, ou seja, um deles impor-se-á mais
forte, mais preciso e ágil, em detrimento do seu oponível.
Se for o direito, a criança será esquerdina; se for o
esquerdo, a criança será dextra. Há assim uma
situação que, ao que se julga, será hereditária,
não devendo ser contrariada, no caso da criança
demonstrar ser esquerdina, quer dizer, se for comandada pelo
hemisfério direito do cérebro. Há bem poucas
décadas ainda (ou anos), pais e educadores sentiam-se na
obrigação, tola, de resto, de reprimir aquela tendência
perfeitamente natural e inócua dos seus filhos e educandos.
No que
diz respeito à definição do desenvolvimento de
um e de outro hemisfério, existem estudos que garantem que a
mesma se começa a verificar em termos de estabilização,
entre os seis e os nove anos, podendo mesmo situar-se no âmbito
desse espaço temporal a finalização do seu
desenvolvimento biológico.
Sempre que a
lateralização se apresenta indefinida ou cruzada, os
problemas , aí sim, agravam-se, sendo de consultar o clínico
competente para o efeito. E que jeito dava um banho de civilização
nas nossas escolas... Referimo-nos aos tão ausentes quanto
necessários gabinetes médicos.
Fico sempre admirada com a "sabedoria" dos seus textos, meu Amigo. E tenho um gosto enorme em lê-lo…
ResponderEliminarQue tenha um Natal cheio de Amor e que o ano de 2019 lhe traga tudo de bom.
Boas Festas!
Um beijo.
Retribuições absolutas, querida amiga. Festas Felizes e um grande beijo.
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