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Qualquer ser humano minimamente
saudável recorre ao pensamento de forma a organizar as suas ideias, refexões,
evocações e verbalizações, a partir da sua consciência, memória e inteligência,
uma vez que, ao longo da vida, vai acumulando uma diversidade enorme de
experiências e aprendizagens contextualizadas. Este tipo de fenómeno ocorre ao
nível do cérebro, onde uma rede de associações complexas se verifica entre os
vários elementos psíquicos e dados sensíveis, sempre que novos registos
empíricos são detectados.
O vivido subjectido de cada
indivíduo vai fornecendo à sua consciência autobiográfica, também conforme a proximidade
ou afastamento das vivências, a diferenciação ou a semelhança das experiências
protagonizadas, os elementos fulcrais à forma como essas associações se
processam. Estas são importantes, porque enquadram certos tipos de
aprendizagens do quotidiano, envolvendo, de forma simbiótica, mutuada, o
raciocínio, a memória e a capacidade verbal. Certas universidades, empresas ou
clínicas, por vezes, submetem os candidatos ou os doentes a testes de
associação de palavras, para efeitos de despiste didáctico ou curricular,
vocacional ou medicinal.
De resto, Freud, nas suas
consultas de psicanálise, foi quem primeiramente utilizou a técnica da livre
associação de ideias, para além de outras como a atenção flutuante, a
neutralidade e a abstinência, procurando fazer vingar o processo
onírico, ao invés do fomento do discurso sistematizado e linear do doente. Caso
se verifiquem perturbações na capacidade normal de associação de ideias do
indivíduo, o pensamento é alterado, podendo o seu fluxo apresentar anomalias graves,
identificadas por Emil Kraepelin (1856-1926) e por Eugen Bleurer
(1857-1933).
Kraepelin
estudou a paranóia, a psicose alucinatória crónica, a
hebefrenia e a catatonia e agrupou-as sob a designação de Demência
Precoce. Bleurer chamou esquizofrenia (alma fragmentada) a
este conjunto de perturbações mentais. Seja como for, trata-se de afecções
graves da personalidade global, com alteração da vida afectiva (ambivalência),
incongruência na associação de ideias, verbalização estranha com neologismos e
calemburgos, megalomania, estereotipia, negativismo, delírios alucinatórios,
alheamento, etc..
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