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Desde
o berço que as aprendizagens requerem enquadramento próprio e dinâmica
adequada, sem esquecer o papel fundamental dos vários actores em presença,
devendo estes proceder, por sistema, a uma auto-análise reflexiva dos seus
respectivos papéis, não só enquanto indivíduos, mas também no que toca à
interacção conjunta, para começar, em contexto de família. Importa saber ou ser
capaz de discernir sobre si próprio, sem deixar de equacionar o âmbito
relacional que envolve os filhos do casal, fundamentalmente, operando uma
atitude dialéctica entre lógos e práxis, até porque a vida é
devir e não se compadece com erros grosseiros ou omissões lastimáveis.
Se for esta a representação mental a
nortear o culto da família, estaremos sempre predispostos a rever os nossos
comportamentos atitudinais, face a eventuais desvios verificados no desempenho
do papel de cada um e de todos, não coalhando a flexibilidade e a harmonia da rotina
saudável que, por regra, deve pautar esta ambiência inicial da criança. Nesta
medida, os pais devem envidar esforços no sentido de ponderar com a devida
consciência (reflexivamente), se a dinâmica de envolvência das suas acções
quotidianas está (ou não) a imprimir à família uma renovada dimensão vital, ou
se, pelo contrário, tem vindo a comprometer a manutenção de um clima propício
ao desenvolvimento físico e mental das crianças.
Como em tudo na vida, há situações
em que os pais – que são os primeiros educadores dos infantes – devem possuir a
habilidade, a destreza natural, diria mesmo, intuitiva, de conseguir aliar
alguns conhecimentos líquidos eventuais a uma clara capacidade de decidir sobre
o que se passa na família, sobretudo quando diz respeito aos mais novos, de
maneira firme e transparente, com maturidade pessoal afectiva e perfeito
domínio interior. Evitar-se-ia, assim, que a criança fosse prejudicada no caso
em que os adultos manifestam inconscientes défices de maturidade.
Quando não existe capacidade de
decisão, é porque os adultos, infantilizados e trôpegos de vontade, não
conseguem, por um lado, perceber a importância da firmeza de acautelar a
transgressão dos limites, até no próprio interesse e segurança da criança, e,
por outro lado, não são capazes, por défice de personalidade e
destrambilhamento emocional e afectivo, de escolher a melhor solução educativa
a aplicar à situação. Um adulto que em criança foi alvo de uma formação
educativa criteriosa, quando for pai saberá decidir, de maneira exemplar,
encontrando sempre a solução mais lúcida de entre as várias opções possíveis.
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