quarta-feira, 25 de abril de 2018

DE NOVO ABRIL



Imagem do Google

Rasga-se-me o pensamento nos sulcos do poema
mas não sei se nasce aqui o tal caminho
nem sei sequer se sou senhor deste destino
ao sentir a pulsão do desejo que se move descontínuo
vergado sob o peso de ancoragens divididas

Sou de novo trucidado pela chibata do cifrão
por isso busco a sagração desse infinito
a essência transbordante deste povo
a súbita expressão de um lirismo cintilante
rente ao uno simbólico mais prosaico
num assomo de carácter parcial e fraccionário

Nesta Babel sincrética de labirintos e desvios
a palavra é o gesto que toca a reunir
esboço de signos a rebate sem recato nem pudor
na persistência do desejo que esgrime a Liberdade

Depois de Abril ter passado na ausência da memória
de tudo quanto nele se apagou por ter lá estado
resta a urgência da verdade de que falo
de novo Abril - uno verdadeiro autenticado

3 comentários:

  1. Pois é , Zé Manuel , Poetas grandes assim , só nos Dias feriado!
    Que dizer , meu amigo , de tal poema teu !?
    Que tudo podia ser tão mais sintético se não fosse a ascensão da dita corrupção!
    Abraço !
    Queria falar contigo . Diz a Beatriz . Ela sabe
    Bjooo

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  2. Escribes bello con armonía Tienen tus palabras el sabor dulce del encanto abrazos

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  3. Um poema sobre o que sente neste Abril, "onde o coração reclama uma pátria melhor"... Gostei muito.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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