Imagem do Google https://www.youtube.com/watch?v=mADiz_vn0RQ |
“Não
consigo dominar este estado de ansiedade”, cantou (Estou
Além - 1995),
pela primeira vez o excelente músico, compositor e letrista
português, António
Variações
(1944-1984)
que, há minutos, escutei na telefonia da viatura... no
auto-rádio, como já não se diz. E como ele
glosou bem o tema! Penso que o fez de forma autobiográfica,
que é quando as coisas resultam melhor. E a voz! Foi único
e fez história, embora tenha partido prematuramente. Sendo
assim, aproveito o ensejo para esboçar alguns subsídios
mais sobre este assunto. Não, não é sobre o
António,
mas, sim, a respeito da ansiedade.
A
ansiedade, em geral (não o estado
de ansiedade, em particular), corresponde aos sentimentos emocionais problemáticos, que
resultam das vivências subjectivadas, podendo aqueles,
induzidos por estas, determinar em nós reacções
leves de alerta ou, mesmo, pânicos súbitos e
incontroláveis, desencadeadores de expectativas de cenários
caóticos prestes a pairar sobre as cabeças dos visados.
Nestes casos, o indivíduo sente-se alvo de uma ameaça
difusa, a qual não consegue explicar. Segundo os entendidos,
podem ocorrer, não só variações
comportamentais e do sistema autónomo, mas também
alterações bioquímicas e endócrinas,
somáticas e fisiológicas.
Sublinhe-se,
contudo, a necessidade que temos de ser sensíveis a doses
adequadas de ansiedade, capazes de operar em cada um a resposta
ajustada a cada situação, senão seríamos
trucidados face à apatia e à abulia. Não é
conveniente ansiedade a mais, nem a menos. Na sequência do que
já aqui temos escrito, o ambiente familiar é fulcral no
desenvolvimento sadio de uma criança. Nesta conformidade,
quando as coisas correm mal, instalam-se as neuroses ansiosas que se
arrastam pela vida fora, com altos e baixos, embora, de acordo com as
circunstâncias.
Existem,
também, outros tipos de circunstancialismos ocasionais,
inopinados, tendentes a precipitar um quadro ansioso de gravidade,
eventualmente, preocupante. Recordamos, aqui, o falecimento súbito
de um familiar próximo ou intrinsecamente ligado (LUTA
DE LUTOS – neste Bogue),
ou, ainda, da hospitalização por doença complexa
ou terminal de alguém em linha directa de consanguinidade.
Concretamente, nestes casos, a neurose ansiosa pode atingir níveis
tão elevados que se tornam insuportáveis, podendo
desembocar em depressão.
Eu entendo o estado ansiedade como um desajutamento psíquico pontual. A partir de um certo limite passa a ter um caráter patológico. Boa tarde e um abraço.
ResponderEliminarMuto bom seu texto, a ansiedade pode gerar pânico, é um desajuste químico/emocional, e desemboca na depressão, já é algo bem mais grave que passa a ser resolvido com a química. Um estado altamente penoso, claro. Cuidados máximos, no mundo em que vivemos, de intolerância, de egoismo, de falta de solidariedade, de pobreza extrema, de desentendimentos familiares, lugar onde deveria ser um refúgio. Não dá para dar espaço a esses transtornos.
ResponderEliminarGostei muito da postagem.
bjs, um ótimo fim de semana que está chegando.
Votos, também, de fim-de-semana tranquilo.
ResponderEliminarOlá
ResponderEliminarFalaste em vivências subjetivadas, mas quando as vivências são suportadas ano após ano, mês após mês, 7 dias em cada 7, 24h /dia e a violência é a nivel físico, psicológico e financeiro, as pessoas em tais situações entram mesmo em «burn out» como dizem os entendidos.
Gosto que abordes assuntos que, infelizmente são o quotidiano, talvez, de mais pessoas do que podemos imaginar. Haja capacidade para aguentar, o que depende da idade, da força, da saúde e de muitos ouros fatores.
Belo artigo.
Um beijinho
Mana
Todas as vivências são subjectivadas, na medida em que cada um sente à sua maneira. Por exemplo, os ingleses escrevem "subject", quando pretendem dizer "sujeito". Estudaste Latim... "Subjectu" é a origem etimológica de sujeito. Atenção aos erros ortográficos. A ortografia não evolui, dogmaticamente, por decreto...
EliminarBeijinhos.