Nos últimos dias, o Metro do
Porto tem sido, algumas vezes, falado na comunicação
social, ainda que nem sempre pelas melhores razões. Vamos
começar pela principal, que se prende, como já devem
ter adivinhado, com a atribuição do “Light Rail
Award/2008”, galardão entregue pela União
Internacional de Transportes Públicos (UITP), conforme
titulava o "O Primeiro de Janeiro", na sua edição do
passado dia 20 de Junho, “para distinguir a criatividade e o design
dos sistemas de metro ligeiro no mundo”.
Não restam dúvidas de
que o Metro do Porto é hoje uma realidade, pese embora os
fastidiosos anos de espera; evidentemente que a obra em apreço
tem constituído uma inestimável mais-valia para as
populações do grande Porto, a todos servindo de forma
prática, rápida, limpa e sadia; é claro que este
meio de transporte veio imprimir um novo ritmo e uma nova imagem ao
sistema de apoio logístico integrado à vida das pessoas
da capital do Norte e arredores; é indiscutível que o
meio físico envolvente das linhas do Metro foi esteticamente
alindado, ajardinado, relvado e arborizado, numa nota de
desenvolvimento civilizacional digna de registo.
Tudo isto é positivo, tudo
isto nos enche de orgulho, não só a nós, Norte,
em particular, mas também a todo o resto do país, em
geral, como não pode deixar de ser. De resto, e a talho de
foice, recordem-se aqui e agora os prémios arrecadados também
por uma outra obra grandiosa, complexa, morosa, mas, altaneira e
funcional: falamos do alargamento das instalações do
aeroporto de Francisco Sá Carneiro, reconhecidamente um dos
melhores da Europa.
Falávamos, no entanto, do
Metro do Porto e das vezes que tem sido referido nos media. Ainda
hoje, dia 26 de Junho, data em que redigimos este pequena crónica,
lemos num jornal diário que um grupo constituído por
quatro jovens se vinha entregando, com a ajuda de várias
ferramentas e barras de ferro, ao assalto e roubo dos cofres onde se
alojam as notas e moedas, depois de introduzidas na ranhuras das
máquinas de venda de bilhetes.
Se no primeiro parágrafo do
presente texto se aponta uma boa razão para que o Metro do
Porto seja falado, já aqui o motivo pelo qual o M.P. vem à
liça, só nos pode deixar a todos bastante apreensivos.
Será que nada escapa à ululante marginalidade que hoje
a todos consome e atemoriza?!
Uma vez aqui chegados, importa agora
justificar, ou tão só explicar o porquê do título
do presente escrito – Metro mal medido: nem tudo são rosas,
principalmente no que diz respeito à componente de
comunicação, quando se trata da resolução
de pequenos (?!)... Serão mesmo?!... Incidentes, contratempos,
verificados no dia a dia da utilização deste meio de
transporte. Falamos concretamente do imenso rol de queixas dos
utentes, sempre que de forma incompreensível, inopinada e
irreversível o andante deixa de funcionar electronicamente.
Quando a máquina, pura e simplesmente não entrega o
troco ao utilizador que fica mesmo sem ele, porque é
impossível provar o facto. Sempre que a mesma máquina
engole o preço da viagem e, muda e queda, nada regista no
andante nem restitui a quantia paga. Quando se assiste a cenas de
pancadaria (alteração da ordem pública) em pleno
transporte e não se vislumbra ninguém da segurança
e da autoridade para pôr cobro aos desacatos.
Importa, portanto, medir melhor este
metro que, de resto, e não obstante estas notas finais, tem
constituído uma importante e decisiva inovação
na vida de todos nós.
Nota 1: Texto com 5 anos e 4 meses.
Nota 2: net pics