sábado, 26 de abril de 2014

"A PAIXÃO E RESSURREIÇÃO DO SOLDADO" - NOTA INFORMATIVA



O romance Psico-Social “A PAIXÃO E RESSURREIÇÃO DO SOLDADO” é profundamente ficcionado, a partir das experiências que partilhei com outros camaradas de armas, em Angola, e dos contextos vivenciais que observei e integrei por lá, e depois por cá. 

Optei, então, por uma espécie de postura omnisciente, enquanto autor, sem deixar de ser narrador ausente como personagem da acção, muito embora Francisco permaneça numa linha de construção analítica, do ponto de vista interior e, de uma perspectiva meramente exterior, vai conseguindo assumir-se como um muito atento observador, na óptica da sua exegese. Desta maneira, esta estória apresenta, ao longo dos seus meandros discursivos, quer antecipações (analepses) de carácter Histórico, absolutamente fundamentadas na bibliografia consultada, quer, por contraponto a estas, prolepses que se estruturam em várias relações temporais dinâmicas, de cariz possível, ao longo de toda a diegese. 

Analepses e prolepses são, como se verifica, contrabalançadas pela anacronia que se lhes interpõe... Acaba por redundar tudo numa obra que esboça todo um conjunto de soluções eventuais para os conflitos interiores do autor, perspectivadas no âmbito do raciocínio motivado, como, de resto, o são todas, quer se queira quer não.

Refira-se, ainda, no que a este romance diz respeito, que o procurei dotar de uma subtil estética de cariz erótico, perseguindo a necessidade de retratar os receios e sobressaltos tão comuns à época, para poder levar o leitor a reflectir sobre as contradições ideológicas, inerentes às motivações de (des)orientação educacional, que marcaram o período do Estado Novo, mas que continuam, ainda hoje, a pairar, literalmente, sobre as nossas cabeças.

A PAIXÃO E RESSURREIÇÃO DO SOLDADO” agarra também a mensagem de Vergílio Ferreira, patente na sua “Manhã Submersa”; o ensaio de Freud sobre o “Perturbante”: as teses de Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre, sobre o existencialismo e o papel da mulher na sociedade; a fidedigna História dos povos de Angola; a problemática da consciência humana, segundo o sempre actual Henri Baruk; e, embora nem só de pão viva o homem, assinale-se, em todo o discurso da narrativa, o curioso perpassar do fenómeno gastronómico da francesinha...

BOA LEITURA!

quinta-feira, 24 de abril de 2014

PELA ESCOLA PÚBLICA DE QUALIDADE

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Qualquer governo, em qualquer país civilizado, quer se trate de problemáticas ligadas à Saúde, às Finanças, à Defesa, à Justiça, à Educação ou a outra qualquer área da sua alçada e responsabilidade, que possa determinar o desenvolvimento e a dignificação da sociedade, sente uma preocupação sempre crescente e, por isso mesmo, tenta, em conformidade, com base no programa governativo, a seu tempo dado a conhecer à população, reorganizar, reformar as instituições e as políticas, no sentido de melhorar o seu funcionamento, visando resultados práticos palpáveis, activos, dinâmicos, que transformem o rosto dessa mesma sociedade, imprimindo mais qualidade de vida às pessoas, mormente aos velhos, e maior esperança e sucesso às crianças e jovens.

Em Portugal, pelo menos ALEGADA E APARENTEMENTE, as coisas, no que a esta matéria dizem respeito, têm evoluído de acordo com a ideia subjacente ao parágrafo anterior, e, nomeadamente ao nível da pasta da Educação, principalmente quando se verifica alternância do poder, são dadas a conhecer intenções às mãos cheias, logo acompanhadas por legislação publicada em cascata, sem que, na prática, se registem resultados fiáveis, isto é, não obstante a melhoria percentual das taxas de sucesso escolar (!!!), quantas vezes por força da perversidade de normativos publicados estrategicamente, damo-nos conta de que o nível de conhecimentos (competências cognitivas) das nossas crianças e jovens não melhorou; o carácter e a personalidade dos estudantes deixa muito a desejar; a sua agressividade e total ausência de cultura de valores humanos, éticos e sociais tende a torná-los em tristes membros de uma sociedade deplorável e medíocre onde impera a redutora animalidade primordial.

Como dizíamos, então, também em Portugal, e depois de nos anos oitenta do século passado, ter sido criada a Comissão de Reforma do Sistema Educativo, se foi avançando no sentido de reformar o sistema em questão, como sugeria a designação da própria comissão, de maneira tímida e lenta, com avanços e recuos, ao ritmo da batuta dos governos implicados, filtrando, por vezes, as recomendações daquele grupo de trabalho, através do cínico crivo do neo-liberalismo economicista.

Nos dias que correm, deparámo-nos, por via disso, com uma situação extremamente negativa, com laivos de concentração descentralizadora "sui generis", que tem levado à adopção definitiva (será possível?!!!) dos famigerados mega-agrupamentos e à descaracterização disfuncionalizadora da figura psicológica de respeito fundamental, que é o professor, depois da obstinada implementação do Estatuto do Aluno e do Estatuto do Professor, de Janeiro de 2007- com uma outra designação). Esfumou-se, portanto, esse baluarte fundamental - O PROFESSOR - que balizava a Educação e a Formação das crianças entre os 6/7 e os 10 anos de idade.

A concentração descentralizadora, agora sediada ao nível autárquico, enferma de uma certa anemia e visível falta de vocação educacional, uma vez que um autarca é um político, devendo sentir-se bem nesse papel sem deixar nunca de ser (bom) político, mas não é um educador e, portanto, não lhe deve ser exigido o desempenho da vertente educacional, que não possui, até por atavismo ancestral, enfim...

Para além disso, a acumulação despropositada de milhares de alunos e de centenas de professores num só agrupamento, servido por um escasso número de "assistentes operacionais", à míngua de equipas multidisciplinares e apoiado admnistrativamente por um conjunto insignificante de funcionários, não reveste um quadro equilibrado de racionalidade, comprometendo o alcance final da educação e os seus preciosos efeitos práticos.

As crianças entre os 6/7 anos e os 10 necessitam, inelutavelmente, do seu espaço próprio, com todo o tipo de apoios prestado por pessoas intimamente ligadas à ARTE DE LECCIONAR, EDUCAR E FORMAR, sempre num clima de paz e tranquilidade. Não vamos lançá-los nas mãos dos políticos, nem fazer deles ingredientes de caldeiradas etárias, em nome de modelos caídos em desuso nos países de onde foram importados e onde os contextos e as realidades são diversas.

Conforme temos já dado a entender, noutros escritos, torna-se urgente também, a revisão do conceito de "Comunidade Educativa". No nosso país, com o andar dos anos, a aludida "Comunidade" tem sido tudo menos "Educativa", e aí, também por isso, compete ao Estado tomar a responsabilidade da EDUCAÇÃO e da ESCOLA PÚBLICA, sem falsas ou inoperantes concentrações descentralizadoras, até porque não faz sentido que esta vertente basilar da sociedade deixe de fazer parte das atribuições desse mesmo Estado, pelas razões que todos os dias saltam à vista, até dos mais distraídos. 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

CHAMAR (A)OS BOIS PELOS NOMES - II

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Tendo em conta, então, as diferenças de fundo que se verificam entre os vários ciclos de aprendizagem, naturalmente porque os níveis etários são diversos e potenciam diversificados estádios de desenvolvimento físico e mental nas crianças escolarizadas, direi que o 1.º Ciclo, sem margem para dúvidas, se ocupa das crianças oriundas do Pré-escolar (vulgo Jardim de Infância),  que irão palmilhar quatro anos de frequência educacional, acentuadamente socializante/expectante, integradora/afectivo-emotiva, com várias novas áreas de aprendizagem específicas, em regime de monodocência:

Cada turma do 1.º Ciclo do Ensino Básico é (tem de ser) uma pequena família, e deve ser respeitada como tal, no aconchego de uma pequena, mas bem montada escola do 1.º Ciclo apenas ( os Países Nórdicos já abandonaram há largos anos o contra-senso dos agrupamentos), sem misturas nem confusões que, por sistema, outras tipologias (Agrupamentos e Básico Integrado) precipitam.

Por sua vez, os 2.º e 3.º Ciclos devem ocupar outro tipo de escolas, construídas para o efeito, tendo em conta que irão receber os pré-adolescentes e adolescentes. Estes são crianças em início de expansão, de dentro para fora, na rota difícil do mundo exterior, dos companheiros, da vida em toda a sua multiplicidade de complexas dificuldades e maravilhas e sobressaltos. Neste caso, os seus professores são já especialistas (os que são?!), e não generalistas, como acontece no 1.º Ciclo; também as disciplinas são, grosso modo, quatro vezes mais (não apurei o número), sendo o desafio diferente, com outros contornos e formas de abordagem.

E voltamos ao título do escrito, para recordar que importa chamar (a)os bois pelos nomes, sabendo ainda mantê-los nos seus devidos lugares.

A EDUCAÇÃO não pode nem deve continuar a ser o tubo de ensaio dos caprichos aventureiristas dos sucessivos governos. Há que levar a sério as crianças e os seus direitos; as suas prementes necessidades, no interesse do próprio futuro do país. Vamos apostar em escolas pequenas e bem apetrechadas: humana, financeira e materialmente, potenciando o mais fabuloso de todos os capitais, isto é, a energia física /mental/intelectual que cada criança em si encerra, já que fora de qualquer questão deve estar sempre a estranha e perturbante (Freud) perspectiva de que os nossos pequenos estudantes são simples "gado", brutal e desumanamente atirado para gigantescos, desprestigiantes e comprometedores "cortelhos".

CHAMAR (A)OS BOIS PELOS NOMES



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Que sorte ter nascido, crescido e vivido no espaço amplo, desafogado e puro de uma casa rural, mesmo junto à malograda ponte Hintze Ribeiro, cujo colapso se verificou no dia 04 de Março de 2001.

Gozei, desde muito cedo, dos prazeres do campo, da terra lavrada, dos aromas naturais, da azáfama das sementeiras, das plantações e das colheitas... e aprendi muito na altura própria!... E foi precisamente nesses tempos que fiquei a saber o significado literal da expressão - chamar (a)os bois pelos nomes.

Um dos caseiros (a quem presto homenagem no romance "O Chão dos Sentidos"), sempre o mais avinhado, desconcertante e divertido, detinha a propriedade de dois bois magníficos, mansos e luzidios, muito bem tratados e alimentados, de resto, os quais baptizara, respectivamente, de "GALANTE" e "AMARELO".

Ora, quando os vapores do álcool lhe turvavam por demais a vista, e, sem se aperceber, trocava a posição dos bichos no robusto carro de madeira, acontecia que chamava "GALANTE" ao "AMARELO" e "AMARELO" AO "GALANTE". Resultado: os animais não arredavam os cascos do solo, e os afazeres empatavam, para desespero do Sr. Eduardo "RAITE", a quem, de novo, tiro aqui o chapéu. CONCLUSÃO: cada boi tem o seu nome e só funciona no seu devido lugar.

Vem esta grata recordação a propósito das sucessivas e reiteradas políticas de encerramento indiscriminado de escolas públicas, enquanto as privadas continuam a ser financiadas com o dinheiro dos nossos impostos. Mais: os mega-agrupamentos, praticamente sem o apoio fundamental de auxiliares de acção directa (contínuas) e de equipas multidisciplinares (psicólogos, assistentes sociais, médicos, enfermeiros, etc.), constituem escandalosas concentrações de alunos deslocalizados e desinseridos, mal e deficitariamente acompanhados pelos professores compulsivamente  coagidos a tarefas inúteis de carácter administrativo.

Antes de mais, discordo radicalmente de Escolas Básicas Integradas, de Agrupamentos ou outro tipo de estruturas similares, ou seja, de amálgamas pensadas em função de destemperos economicistas, devido às diferenças de fundo entre o 1.º Ciclo do Ensino Básico, o 2.º, o 3.º e o desinspiradamente apelidado Ensino Secundário. (CONTINUA)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

FLOR ENJEITADA

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Só tu me trouxeste as mais belas flores
que o deserto sepulta definhadas
num caos agonizante decepadas
na fúria de presságios predadores

Com êxtase adoração e temores
soterraste pétalas calcinadas
que nem o claro brilho das espadas
purificou de teias e horrores

Tu foste o melhor de nós e da vida
presença cuja luz foi repartida
através do teu ser sempre vibrante

porque não deve abolir o amor
a génese dos afectos na cor
da aura que se move fascinante

in "O Rumo e o Sonho" - 2001
Fólio Edições

quinta-feira, 10 de abril de 2014

MIRAGEM

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No sonho da noite transfigurada
irrompes dessa irrealidade
pra inundares de luz a verdade
cativa na palavra acinzentada

Sinto agora a dor apaziguada
por sermos um mar de serenidade
peito onde pulsam vagas sem idade
rumo à ilha por mim inventada

Através das carícias da paisagem
vai desenhando o vento a tua imagem
nas nuvens no sol na mais pura fonte

nos rios nas folhas do arvoredo
nas gotas do orvalho manhã cedo
sobre o mar perdida no horizonte

in "O Rumo e o Sonho" - 2001
Edições Fólio
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quarta-feira, 9 de abril de 2014

DESREALIZAÇÃO EDUCACIONAL

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Hoje, dia 9 de Abril de 2014, quarenta anos depois da Revolução dos Cravos, aquela que nos concederia a Liberdade perdida aquando da instauração da Ditadura Militar, em 28 de Maio de 1926, escutava eu o Jornal Noticioso das 13 horas, na SIC, quando tomei conhecimento de que, há dias, neste nosso “quadrado” rectângular, uma docente tinha sido suspensa, depois de, alegadamente, ter sido esmurrada, em plena sala de aula, por um seu aluno de 15 anos que, viria a sair impune... Trata-se, afinal, de mais um episódio deplorável, de autêntica desrealização educacional. Tentemos, então, enquadrar, ideologicamente, os factos.

É sabido que a sociedade tende a evoluir, quanto mais não seja, a reboque do progresso científico, na busca da melhoria das condições sociais de vida, na procura da emancipação das criaturas, no âmbito de uma mais conforme amplitude das liberdades. No entanto, nada disto tem o condão de influenciar, de forma linear, os indivíduos, até porque todas estas alterações que vão sendo introduzidas na comunidade dos homens, acabam por problematizar a autoridade tradicional, como, de facto, se viria a verificar ao longo das últimas quatro décadas, desta nossa Democracia tipicamente terceiro-mundista.

Uma vez aqui chegado, fácil se torna perceber a reviravolta plasmada na teia das relações familiares, pessoais, sociais, laborais e institucionais, já que, nas últimas décadas, têm vindo a se transmutar estatutos e papéis, competências e atribuições, tradições e hierarquias.

Mas, de acordo com este novo tipo de conceptualização (formal e informal) de que passou a se revestir a simples ideia de tessitura familiar, pessoal, social, laboral e institucional, desde há muito, e, já hoje, por maioria de razão, os educadores, professores e, fundamentalmente, OS PAIS, deveriam possuir na sua intrínseca interioridade (a redundância é propositada), a autenticidade da sua maturidade pessoal, que reverteria em natural e saudável autoridade, da mesma forma que os jovens deveriam possuir em si próprios o domínio dos seus desejos, pelo simples facto de que só é livre quem possui a prerrogativa de saber utilizar essa mesma liberdade com conta, peso e medida.

Acontece que tudo tem o seu início através de uma cuidada e equilibrada aprendizagem; de um aconchegado e lúcido clima familiar; de um perseverante e inteligente investimento no banco dos afectos sensatos e sentidos. Se assim não for, e na ausência de maturidade afectiva e de domínio interior, tudo descamba, se desequilibra, descarrila, atropela, se desmorona, se desvanece...

Por último: a energia recalcada, prisioneira e inconsciente de si mesma, não se expressa abertamente e procura vias travessas para obter satisfações e a inevitável descarga nervosa. Sem que o indivíduo se dê conta, age e reage subliminarmente, protagonizando comportamentos atitudinais desconcertantes: isto é válido, tanto para as pessoas como para as instituições, que não são mais (estas) do que grupos organizados (?!!!) de gente. E eis que desembocamos no exemplo reportado no primeiro parágrafo do escrito de hoje.

NOTA: Através do conceito "desrealização", quisemos aqui significar uma espécie de angústia social que tem levado os indivíduos a uma deriva do sentimento da realidade circundante.
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segunda-feira, 7 de abril de 2014

AUTO-ESTIMA, MOTIVAÇÃO E ATENÇÃO

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Tenham em mente, caros leitores, a multiplicidade de motivações, nem sempre recomendáveis, a que estão sujeitas as crianças escolarizadas, nos nossos dias, partindo fundamentalmente da perniciosa televisão, da nefasta internet ou das redutoras consolas dos denominados jogos de vídeo.

Não é de espantar, portanto, que este terrível pacote - que reveste também potencialidades formativo/informativas, evidentemente -, com uma influência tão esmagadoramente poderosa, consiga desviar, ou melhor, alienar as crianças sem grande dificuldade, tornando-as pouco sociáveis, porque de jogos solitários se trata; dolorosamente inseguras, porque não canalizam nem dimensionam a sua afectividade no sentido de um relacionamento saudável de interacção vivencial com as outras crianças da sua idade; deveras tensas, porque perdem horas a fio especadas em frente às máquinas, numa gestão disruptiva de emoções, logo, descontrolada, pior estruturada, de cariz abstruso e desconchavado.

Ademais, sempre que as crianças não recriam devida e convenientemente as suas emoções; quando não condimentam as suas energias e respectiva aplicação de forma harmónica e socializante, porque se encontram cativas de enredos e esquemas mercantis, ainda que alegadamente lúdicos ou tidos como diversão de efeitos mais que duvidosos, geram-se comportamentos desviantes na sua maneira de ser, na sua natural capacidade de dirigir a atenção para as coisas que realmente interessam, como é o caso das matérias constantes do programa nacional escolar, quando este, na verdade, é propositado, útil e formativo. 

Um destes tipos de desvios prende-se com aquilo que os especialistas designam de "distúrbio hiperactivo de défice de atenção", hoje cada vez mais comum, em maior ou menor grau, nas crianças que todos os dias leccionamos.

Em jeito de fundamentação conceptual, e segundo Barkley (1990), "o distúrbio hiperactivo de défice de atenção é uma perturbação do desenvolvimento caracterizada por graus de desenvolvimento inapropriados de desatenção, sobreactividade e impulsividade, os quais se verificam, frequentemente, na primeira infância; têm uma natureza relativamente crónica; ligam-se a deficiências neurológicas, sensoriais, de linguagem, motoras, mentais ou emocionais severas. Estas dificuldades surgem tipicamente associadas a défices de comportamento orientado por regras e na manutenção de um padrão consistente de realização ao longo do tempo".

Este tipo de desvio, distúrbio ou perturbação, como lhe queiram chamar, como tem sido claro para quem lecciona, fere sempre de "morte" a motivação e, sendo esta a principal responsável pelo exercício do papel fundamental de acicate em todo o processo de aprendizagem das crianças, visto predispor afectivamente os meninos, através da curiosidade, do interesse participativo, do empenhamento, funciona, afinal, quando em alta, mas, pelo contrário, quando afectada, é susceptível de disfuncionalizar toda a ambiência lectiva, na sua vertente mais nobre e essencial - a do enquadramento ensino/aprendizagem.

Este problema, no entanto, não afecta, como adiantámos já, todos os alunos por igual, e, nesta conformidade, verificam-se vários graus de motivação diferenciada, de aluno para aluno. Entretanto, e aqui é que bate o ponto, se o docente e a escola usufruírem de condições de excelência e de turmas a rondar os quinze elementos, no sentido de optimizar o ambiente escolar e a qualidade de leccionação, as competências que se visam atribuir às crianças escolarizadas poderão melhorar, exercendo também toda uma dinâmica positiva de influência na auto-estima dos alunos e, consequentemente, na optimização da sua motivação e/ou vice-versa

sábado, 5 de abril de 2014

SÚPLICA

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Alma minha vida amor
feri teu coração sem querer levei-te à dor
sofro agora a amargura o estertor
de te ver triste caída pensativa flor
no meu peito explode o sangue o clamor
de quem te pede a paz a luz um novo ardor

A paixão tem de Deus todo o fulgor
ao sentirmos na entrega e no calor
de quem devora o tempo e o lugar
que o destino nos juntou
                      só para amar

quarta-feira, 2 de abril de 2014

ESTRELA MULHER

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Juraste ser minha estrela
no firmamento de além
com teu brilho e tua luz
não precisei de ninguém
por que medos te afastaste
e já não olhas para mim
ficas distante quieta
eu pergunto porquê assim

A vida sem ti é fria
sem tua luz sou lamento
os olhos postos no céu
sonho com nuvens e vento
vem cobrir-me com teu véu
juraste ser minha guia

A vida sem ti parou
passo as noites ao relento
buscando cintilações
sofro na dor o tormento
de quem vive de ilusões
para mim nada mudou

Juraste ser minha estrela
não um astro qualquer
perde o medo vem sê bela
basta que sejas mulher

terça-feira, 1 de abril de 2014

EU, TU E NÓS

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Sou barco acostado ao cais
rede estendida na areia
gaivota branca na praia
gemendo contigo ais
enleado nessa teia

És jangada no mar alto
ilha verde já tão perto
luar de prata a brilhar
em vagas de sobressalto
sede de água no deserto

Somos fusão estelar
amplexo de loucura
furacão descontrolado
corações a navegar
Hiroshima de ternura