sexta-feira, 23 de maio de 2014

TIMOR, MEU SOL NASCENTE

Imagem do Google
Oh Timor da minha infância
ilusão de pergaminho
estendido sol distante
mar de fantasia e Pátria e orgulho
Minho Cova Lima Portugalidade infinita
cadinho de culturas ou palavras
afectos que se fundem no devir

Oh Timor dos cravos de sangue
espiralado desejo de verde mar
aconchego amniótico salutar

A lava rubra de vulcão impiedoso
a queimar as frágeis pétalas
das sublimes almas mauberes
Liurais merah putih aturdidas
varridas pelo vento agreste
que tolheu a fútil rosa
desmaiada
pelo visceral sopro de peste

Oh injustiçado Timor
abandonado ao terror
dos dragões da hipocrisia
grudados ao crude jazente
no fundo negro desse teu mar reluzente
até um dia... até ser dia...

Loro Sae Timor meu Sol Nascente
abandonado ao vil torpe e decadente
transgressor
de precária segurança assassina
ilumina o frémito da Fé
no destino do teu Povo
e caminha firme no fito
de visar além o mito
segurando hoje e já o rito
de seres o que és por sermos
homens todos iguais
na busca fulgurante da paz
nas horas de uma lúcida construção

Oh Timor da minha infância
oh iluminado Timor
Loro Sae Timor meu Sol Nascente

Em 30 de Setembro de 1999

3 comentários:

  1. Um poema que é uma comovente homenagem a Timor.
    Um beijo.

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  2. Querido Zé
    Muito estudamos, na nossa infância, sobre Timor!
    Agora,após uma bela descrição desse longínquo lugar, o poema prossegue fazendo-lhe um apelo, em prol do povo que lá habita.
    Parabéns, pois ficou uma composição muito bem estruturada, rica de ideias e de sentimentos.
    Um beijinho
    Mana

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