quinta-feira, 5 de julho de 2018

O FUNDAMENTO DA VIDA




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    Neste nosso mundinho tão divergente e contraditório, estamos todos condenados a suportar uma existência repleta de condicionalismos e alienações, caso enveredemos pelas mansas atitudes do seguidismo mimético, que vai tolhendo os últimos resquícios de autenticidade criativa do ser humano, numa espécie de atavismo redutor de acomodatícia restrição anestésica, impeditiva do mais legítimo direito de usufruto da saudável dinâmica de intersubjectidade relacional dos indivíduos, na rota da felicidade.

            Tendo em conta os factos do quotidiano, mil vezes repetidos e revistos, virtualmente, em tempo real, por cada vez mais criaturas globalizadas, urge adoptar uma postura filosófica face ao peso demolidor dos acontecimentos, e, mais ainda, em relação aos objectivos dilacerantes de um conjunto de contextos cujos conteúdos são ardilosamente orquestrados, no sentido de todos enfiar numa linha de actuação (auto)matizada pelas motivações mais primárias, logo, instintivas e animalescas, isto é, sem nenhum tipo de racionalização ponderada.

            Será que alguém se deteve já, para pensar, até que ponto não andaremos todos com a cabeça à razão de juros, ao invés de sondarmos as pricipais razões de fundo que possam, eventualmente, justificar... bem, se calhar ficar-nos-emos apenas pelo âmbito das explicações, tendentes a clarificar o nosso papel na família, na sociedade e a nível planetário. O planeta (do grego, planétes = errante) Terra é a nossa casa comum e deriva, errante, em torno do sol, qual montanha russa em delírio de vertigem sob a luz multicolor dos holofotes da feira existencial das angústias. Pois, mas a vida tem outras vertentes e é necessário que nos saibamos situar.

            Em primeiro lugar, vamos tentar perceber em que se fundamenta o sistema conceptual que é regido pelos códigos humanos de conduta (princípios, valores, códigos, normas, leis, crenças, cultos, ritos, assunções, etc.). Tem de haver razões, motivos, nexos de causalidade, todos eles plausíveis, bem entendido, que garantam a coexistência pacífica dos homens, a solidariedade, a cooperação e o altruísmo. Dizía-me um jovem adulto (29 anos), há dias: “ imagine que tudo funcionava dessa maneira!... Já se teria verificado o colapso habitacional do planeta e a extinção da humanidade!” Não conseguimos aduzir nenhuma resposta...

            Mas, então, que razão de fundo devemos encontrar para a vida e para o estado de coisas em que (e com que) a mesma se debate?! Fiquemo-nos, então, pela simples razão de fundo do tipo ideal, ainda que a vida seja algo palpável e maravilhoso; a mesma, se não assenta em nenhum princípio, razão ou origem cujo fundamento seja justificável, isto é, que possa ter um fundamento real – a tese do nosso jovem –, no mínimo, agarremo-nos aos fundamentos da racionalidade ideal, enquanto explicação que possa fundamentar a nossa razão de fundo.


            

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