sexta-feira, 24 de julho de 2020

SÓROR SAUDADE





Agora recordar Sóror Saudade
no mapa cor-de-rosa do destino
     não despe das imagens sem idade
 o rigor das fracturas que confino

                              E falava Flor-Bela da verdade
                              de sofrer esquecida sem atino
                              sozinha sem prover alteridade
                              orgulhosa do nada mais divino

                              Não me cantes das grades da janela
                              estranha diferença que me cinge
                              se sabes não haver coisa mais bela

                              do que ter o sinal tão sem limites
                              de que nenhuma força te restringe
                              na matriz das palavras sem rebites


*Sóror Saudade – A poetisa Flor-Bela Espanca (1894-1930) é a autora da obra, “O Livro de Sóror Saudade”, publicada em 1923.


Imagem do Google

16 comentários:

  1. No conocía la obra Sóror Saudade. Acabo de bajarme un pdf. Sin dudas, una escritura apasionada, Humberto, le agradezco que me la haya revelado, confié en “la matriz de sus palabras” y estoy sinceramente admirado. Domina usted el soneto. Me impresiona la perfección que logra tanto en letra como en espíritu, en buena hora,
    una profundidad que no escatima romanticismo...

    Abrazo agradecido.

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  2. Florbela Espanca uma poetisa que admiro bastante. Escreveu sonetos sem igual.
    .
    Cumpts

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  3. Caro Humberto,
    Gosto muito de “Florbela d'Alma da Conceição Espanca” (“Flor Bela Lobo”), tenho algumas frases dela no DOUG BLOG.
    “Florbela”, viveu apenas 36 anos, mas, de maneira intensa. Foi uma mulher peculiar, tendo nascido e morrido no mesmo dia 8 de dezembro.
    Bela lembrança!
    Um abraço!!!

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  4. Olá Humberto
    Gosto muito de Florbela.
    Por vezes me identifico com alguns poemas dela.
    Ela faz parte da minha vida
    Esse livro é uma montanha de sentimentos, assim vejo
    Tenho outro pra você, creio ser deste livro também...
    Boa noite e excelente final de semana. Gratidão por sua visita
    OS VERSOS QUE TE FIZ

    Deixa dizer-te os lindos versos raros
    Que a minha boca tem pra te dizer!
    São talhados em mármore de Paros
    Cinzelados por mim pra te oferecer.

    Têm dolências de veludos caros,
    São como sedas brancas a arder...
    Deixa dizer-te os lindos versos raros
    Que foram feitos pra te endoidecer!

    Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
    Que a boca da mulher é sempre linda
    Se dentro guarda um verso que não diz!

    Amo-te tanto! E nunca te beijei...
    E, nesse beijo, Amor, que eu te não dei
    Guardo os versos mais lindos que te fiz!

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  5. Olá Humberto
    Bonito poema, ótimo final de semana. Abraço

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  6. Florbela, um talento precocemente interrompido.
    Abraço
    Bom fim-de-semana

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  7. Ah Florbela, a poetisa que melhor cantou o amor!
    Todos os seus sonetos se enquadram nas nossas vivências, por isso os sentimos como nossos, sem no entanto lhe roubar os créditos...
    Um abraço.

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  8. Eu adoro Florbela, está entre minhas poetisas prediletas, seus sonetos são tristes, sim, mas são belíssimos, brotam lá do fundo da alma dolorida.
    Gostei muito da postagem.
    Bjus, até mais, Humberto!
    Um bom domingo.

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  9. Um soneto dedicado a Florbela, feito com a sensibilidade de quem é capaz de compreender a alma feminina. Gostei imenso.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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  10. Maravilhosa homenagem a uma grande poetisa que adoro. O seu poema é lindo. Beijinhos com carinho

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  11. Um soneto fabuloso.
    Gostei imenso, parabéns pelo talento poético.
    Bom fim de semana, caro Humberto.
    Abraço.

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  12. Florbela Espanca, a Poetisa que desafiou o seu tempo.
    Soneto belo e verdadeiro, com uma sensibilidade
    que faz jus esta grande autora da nossa Literatura.

    Abraço

    Olinda

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  13. Obrigada, Humberto, pela visita, que muito aprecio, mas pela ressalva? São as gralhas do teclado...assim tive o prazer de me deliciar, mais uma vez, com o seu belo e subtil soneto:
    "E falava Flor-Bela da verdade
    de sofrer esquecida sem atino"...
    Um abraço.

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