sábado, 26 de outubro de 2013

METRO MAL MEDIDO OU... COMEDIDO (HÁ 5 ANOS E 4 MESES)

      Nos últimos dias, o Metro do Porto tem sido, algumas vezes, falado na comunicação social, ainda que nem sempre pelas melhores razões. Vamos começar pela principal, que se prende, como já devem ter adivinhado, com a atribuição do “Light Rail Award/2008”, galardão entregue pela União Internacional de Transportes Públicos (UITP), conforme titulava o "O Primeiro de Janeiro", na sua edição do passado dia 20 de Junho, “para distinguir a criatividade e o design dos sistemas de metro ligeiro no mundo”.

      Não restam dúvidas de que o Metro do Porto é hoje uma realidade, pese embora os fastidiosos anos de espera; evidentemente que a obra em apreço tem constituído uma inestimável mais-valia para as populações do grande Porto, a todos servindo de forma prática, rápida, limpa e sadia; é claro que este meio de transporte veio imprimir um novo ritmo e uma nova imagem ao sistema de apoio logístico integrado à vida das pessoas da capital do Norte e arredores; é indiscutível que o meio físico envolvente das linhas do Metro foi esteticamente alindado, ajardinado, relvado e arborizado, numa nota de desenvolvimento civilizacional digna de registo.

     Tudo isto é positivo, tudo isto nos enche de orgulho, não só a nós, Norte, em particular, mas também a todo o resto do país, em geral, como não pode deixar de ser. De resto, e a talho de foice, recordem-se aqui e agora os prémios arrecadados também por uma outra obra grandiosa, complexa, morosa, mas, altaneira e funcional: falamos do alargamento das instalações do aeroporto de Francisco Sá Carneiro, reconhecidamente um dos melhores da Europa.

     Falávamos, no entanto, do Metro do Porto e das vezes que tem sido referido nos media. Ainda hoje, dia 26 de Junho, data em que redigimos este pequena crónica, lemos num jornal diário que um grupo constituído por quatro jovens se vinha entregando, com a ajuda de várias ferramentas e barras de ferro, ao assalto e roubo dos cofres onde se alojam as notas e moedas, depois de introduzidas na ranhuras das máquinas de venda de bilhetes.

     Se no primeiro parágrafo do presente texto se aponta uma boa razão para que o Metro do Porto seja falado, já aqui o motivo pelo qual o M.P. vem à liça, só nos pode deixar a todos bastante apreensivos. Será que nada escapa à ululante marginalidade que hoje a todos consome e atemoriza?!

     Uma vez aqui chegados, importa agora justificar, ou tão só explicar o porquê do título do presente escrito – Metro mal medido: nem tudo são rosas, principalmente no que diz respeito à componente de comunicação, quando se trata da resolução de pequenos (?!)... Serão mesmo?!... Incidentes, contratempos, verificados no dia a dia da utilização deste meio de transporte. Falamos concretamente do imenso rol de queixas dos utentes, sempre que de forma incompreensível, inopinada e irreversível o andante deixa de funcionar electronicamente. Quando a máquina, pura e simplesmente não entrega o troco ao utilizador que fica mesmo sem ele, porque é impossível provar o facto. Sempre que a mesma máquina engole o preço da viagem e, muda e queda, nada regista no andante nem restitui a quantia paga. Quando se assiste a cenas de pancadaria (alteração da ordem pública) em pleno transporte e não se vislumbra ninguém da segurança e da autoridade para pôr cobro aos desacatos.


     Importa, portanto, medir melhor este metro que, de resto, e não obstante estas notas finais, tem constituído uma importante e decisiva inovação na vida de todos nós.

Nota 1: Texto com 5 anos e 4 meses.
Nota 2: net pics

5 comentários:

  1. Bom dia,Zé
    Tens razão em tudo o que dizes:quando é que eu poderia imaginar que,para chegar ao aeroporto me bastaria muito simplesmente atravessar a rua e,45 minutos depois, estava no«Sá Carneiro»?!!!
    nunca tive problemas com as máquinas,porque só carrego o «andante» no aeroporto e com a supervisão de um segurança; nos outros casos vou a uma «pay shop»,onde o carregam ,com saída de recibo.Temos de nos precaver.
    a falta de segurança já me fez passar por uns maus bocados...
    É o país que temos.Há estações onde nem ouso sair.Prefiro andar mais um pouco a pé,mas sentir-me segura.
    parabéns pela crónica.
    Tem um bom domingo.
    Beijinhos
    Mana

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    1. Viva, miúda!
      Depois de tantos anos a ver navios, tivemos, finalmente o metro que, para não ser apelidado de mal medido, tem procurado ser comedido, segundo me parece.
      Um óptimo Domingo.
      Beijinhos
      M.B.S.

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  2. Gosto da inovação
    Mas refiro a segurança.
    Gosto da rapidez
    Mas prefiro ir mais cedo para me alimentar de luz
    Oh" miúda" , tu é que meteste uma "cunha" para o metro passar à porta. Daí para o aeroporto...vais que se faz tarde!
    Que sorte!
    ( Desculpa Beatriz...é para azular um pouco!)
    Parabéns Humberto(...) amigo.
    Ainda te pescam para a pulhitica!
    Tens mesmo queda para a "respublica"
    Abraços para os dois!

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  3. É sempre prazeroso ler um texto com o dom poético dos portugueses _ outro viéz da linguagem numa construção que eu amo.
    Quanto aos'metrôs' não deu para perceber se são como os daqui pois apesar da agilidade, prefiro estar bem 'acima da terra' numa posição mais privilegiada admirando a linda natureza que naquele buraco escuro a correr !! rsrs
    deixo um abraço ao Humberto

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    1. Em Lisboa andam mais no subsolo; no Porto andam mais à superfície, entre todo o tipo de paisagens. Pessoalmente, prefiro o do Porto, pelas mesmas razões apontadas pela Lis.
      Um abraço, minha amiga.

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