Estamos
praticamente no fim das presentes férias de Verão de 2015 e, se por um lado
tivemos oportunidade de descansar um pouco do ano laboral – vamos chamar-lhe
assim – que ora termina e que percorremos até à mais desfigurada exaustão, por
outro lado, não deixámos de estar atentos à catadupa de acontecimentos,
episódios, factos e contratempos de que tem sido pródigo o mundinho em que
todos vivemos, nomeada e precisamente, quando tudo aquilo que se tem passado,
não tem sido mais do que a exaustiva repetição dos já habituais destemperos da
humanidade, sem que vislumbremos uma centelha apenas, por mais minúscula que
seja, ou fosse, de arrependimento, de recuo, de aprendizagem da lição pelas
ilações inerentes, de busca de novos rumos para a paz, para a felicidade, para
a harmonização dos interesses globais, numa linha de sistémico respeito pela
liberdade do outro, porque está a levar em conta a minha própria liberdade.
Enfim, é por demais evidente que
estamos a falar principalmente das malditas guerras que uns fazem mais do que
outros e que outros acabam por pagar muito mais do que os primeiros, não só em
vidas – esse precioso e irrepetível bem na pessoa de cada um, mas também
materialmente, para já não falar dos custos psicológicos, que são sempre
indefiníveis.
O mundo gira de forma extremamente
estranha, nunca suspeitando o vulgar e inocente cidadão, das voltas tortuosas
que lhe imprimem, nem como amanhecerá o novo dia. Também a este respeito, cada
cabeça, cada sentença, tudo dependendo das ideologias e cultos que se bebem a
partir da infância, da adolescência, da educação, dos princípios e dos valores
que vão acompanhando o nosso desenvolvimento pessoal e social, e da forma como
vamos sendo capazes de interpretar aquilo que sempre chega filtrado, pelas
agências de informação, através dos vários “mass-media”, a nossas casas,
reproduzido pelo aparelho de televisão ou pela rádio ou mesmo pela
omnipresente “internet”.
Quando atrás dissemos que fomos
acompanhando o desenrolar de tudo aquilo que foi ocorrendo no mundo (em
Portugal também, por maioria de razão), fizemo-lo, no entanto, sem termos
tomado uma nota que fosse – estamos em férias, caramba –, pelo que, certos
episódios, não obstante a sua relativa importância, não permanecem já na nossa
memória, em toda a sua complexidade e diversidade de vertentes, para que os
comentemos com o à-vontade com que sempre os tratámos nestes nossos escritos de
opinião. Sendo assim, não abordaremos as trapalhadas, da responsabilidade do
poder, ocorridas aqui e ali... Tentem recordar-se... os lesados dos “BES”;
o “IVA” da restauração; a anunciada redução dos cortes dos legítimos
rendimentos disponíveis dos cidadãos – abstrusamente apelidada de “devolução”;
a fúria demencial dos incendiários, cada vez mais activos; a estafada letargia
do IC 35, etc..
Mas vamos a incongruências mais ligeiras, para
não maçar ninguém: aqui, não podemos deixar de referir a imagem de certos
palradores mediáticos, a registar gafes de Língua Portuguesa, como, de resto, o
fazem com a maior das descontracções jornalistas, políticos, comentadores
(muitos deles professores universitários). Esta, então, é uma das mais
recorrentes: “(...) portanto, faz-nos um ponto de situação”, dizem. É
que, em qualquer enquadramento específico, o que se define é o ponto
concreto da situação em análise, naquele momento; logo, não se pode
nem deve utilizar o artigo indefinido “um”, que nada define, portanto;
assim como a utilização da preposição simples “de” nada diz do que se
pretende, pelo que se deve utilizar “de” mais “a”, ou seja, “da”
– contracção da preposição simples “de”, a que se junta o artigo
definido “a”, porque de uma definição precisa se trata, sempre que se faz
o ponto da situação... seja qual for o facto a reportar.
Ah, para terminar... não coloquem
molhos de lenha na comida – é indigesto. Quanto a sequestros, podem submeter a
letra “u” a isso mesmo; na nossa terra é muda. Já o nosso douto Bagão Félix é
mesmo Félix (feliz) e não “Féliks”. É curioso, sem deixar de ser estranho, que
este vírus “Féliks” tenha surgido há não menos de dois anos no linguajar
mediático! Que se passa, afinal?! As várias sonoridades do “X”
devem ser apre(e)ndidas e consolidadas no 1.º Ciclo do Ensino Básico.
Imagem do Google
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Concordo consigo, meu amigo. É tudo a "exaustiva repetição dos já habituais destemperos da humanidade". Isto não vai mudar nem no mundo nem por cá seja qual for o ponto de situação que fizermos... Gostei de o ler.
ResponderEliminarUm beijo.