domingo, 29 de setembro de 2013

“O CHÃO DOS SENTIDOS”


   O Romance Histórico O CHÃO DOS SENTIDOS, de Manuel Bragança dos Santos, versa, diegeticamente, a história da Resistência ao regime de Salazar, num enquadramento estrutural da acção narrativa com início em Paris, no ano de 1890, estendendo-se a mesma pelas atribuladas décadas seguintes, já no nosso país, e depois em Angola (guerra colonial), até finais de 1976, enquanto a Democracia se ia consolidando em Portugal...

     Assiste-se, nomeadamente: às estratégias salazaristas de manutenção do poder; à persistente luta da Resistência anti-fascista; à propaganda de Ferro; à acção da polícia política (PIDE); ao espectro doTarrafal; à fuga de Cunhal da prisão de Peniche; à saga de Humberto Delgado; ao labor de Mário Soares e à génese do Partido Socialista; à Primavera Marcelista; ao 25 de Abril.

    O Romance O CHÃO DOS SENTIDOS revisita também o sucesso (entre as duas Grandes Guerras) dos minifúndios agrícolas do Norte (quintas), em Castelo de Paiva, onde, apenas a troco do “terço” das colheitas, famílias enormes de feitores e caseiros, de pés descalços, trabalhavam a terra de sol a sol, com pouco mais do que as enxadas;

  Ademais, revela o curioso embrião de um certo empreendedorismo proletário ou como se iniciou a exploração de inertes, na margem esquerda do rio Douro, na década de 1950, até ao colapso da ponte Hintze Ribeiro, em 04 de Março de 2001;

      Projecta ainda o singular filme das memórias intactas, das férias grandes (anteriores às décadas da consolidada indústria do turismo nacional), vividas em Pardilhó, no Furadouro e na Torreira; a travessia da lancha entre a Bestida e o cais da Torreira, a contemplação da arte Xávega, a apanha do moliço na Ria, e a gastronomia típica das enguias...

      Entre muitos outros referentes, cujo significado narrativo dá corpo conceptual, cor e ritmo à linha discursiva formal (significante) da obra, o romance histórico O CHÃO DOS SENTIDOS desvenda ainda, desde a sua génese, os projectos inovadores dos Colégio da Estrela (meninas), adquirido em 1916, e rebaptizado pelos Pardilhoenses Padres Albano Resende e Germano Pinto, depois da sua aquisição, em 1928, de Colégio de João de Deus (rapazes), no Porto, até ser comprado pelo Ministério da Educação, de Veiga Simão, em 1973.

      Por último, uma alusão a dois dos heróis Resistentes, Luís e seu filho Ricardo, que, incapazes de acompanhar a História do tempo que é o deles, soçobram frustrados através do tempo da história.

Em 29 de Setembro de 2013

Manuel Bragança dos Santos




14 comentários:

  1. olá meu amigo faz tempo que aqui não vinha, mas também o vagar não tem sido muito espero estar tudo bem consigo.
    Desejo-lhe uma boa noite com beijinhos de luz e paz.

    ResponderEliminar
  2. Meu querido
    Ora aqui está uma bela apresentação do teu romance histórico! Incita,deveras à leitura, aguça a curiosidade! Como a narrativa se desenvolve em diferentes espaços,não seria má ideia lançá-lo em cada um desses locais.O que achas?!
    Que seja um best-seller!
    Beijinhos da
    Mana
    ( O blog da querida Nina é http://lamentosdealma.blogspot.com)

    ResponderEliminar
  3. Vim lá da Beatriz pra te parabenizar pelo niver! E ,desde já, desejo sucesso na apresentação! abraços,chica

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado, Chica, pelos parabéns e pelos desejos de sucesso. Um abraço do Manuel Bragança dos Santos.

      Eliminar
  4. Boa noite Humberto.
    Uma capa bonita e a sinopse.
    Parabéns pelo livro
    Lua Singular

    ResponderEliminar
  5. Boa note, Lua singular.
    Muito obrigado.
    Saudações literárias.
    Manuel Bragança dos Santos

    ResponderEliminar
  6. O tipo de leitura que me apraz.
    Saber dos fatos que fizeram historia de um povo.
    Confesso minha curiosidade de conhecer.
    Parabens Manuel e sucessos na vida.
    Um abração de paz e luz.

    ResponderEliminar
  7. Oi Humberto
    Através da Beatriz chego até seu blog e é um prazer ler e saber a teu respeito. Os blogs acabam sendo nossa leitura mais recorrente _ e criamos laços de amizade apesar das distâncias .é esse a mágica da internet.
    Imagino o prazer enorme escrever um livro ! parabens e que venham outros mais, aprecio biografias e histórias reais vividas e recontadas,
    deixo um abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Oi, Lis!
      Os teus blogues são espectaculares, lindíssimos, a demonstrar uma fina sensibilidade e um bom gosto estético notáveis. Um beijo.

      Eliminar
  8. Olá Manuel! Hoje está a sinopse de seu livro no meu Recanto.Segue o link se quiser ver como ficou:

    http://recantodosautores.blogspot.com.br/2013/10/o-chao-dos-sentidos.html
    Abraços,

    ResponderEliminar
  9. Vim desejar sucesso novamente e acabei de publicar aqui.


    http://lugarescoloridos.blogspot.com.br/2013/10/vai-acontecer-do-lado-de-la-mas-pode.html


    abraços,chica

    ResponderEliminar
  10. Querido Zé!
    Acabei ontem mesmo a leitura do teu surpreendentemente magnífico romance histórico, sobre as décadas da Resistência ao regime do Estado Novo.
    Recordei, a propósito, tempos idos de luta e esperança num futuro melhor. Encantei-me com o carácter e a determinação de algumas personagens, particularmente a de Ricardo Grave. Emocionei-me, já no fim da narrativa ao sabê-lo vivo. Regozijei-me com as atitudes nobres e perseverantes do Padre Adolfo Fraga. Enterneci-me com a constância de sentimentos da criada Arnalda, face à chama inextinguível, porém sempre contida, do amor que nutria, desde os 15 anos, pelo patrão.
    Ah!, já não há hoje sentimentos que se lhes comparem! "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", já dizia Camões.
    É de referir ainda a minuciosa resenha, quer no que diz respeito aos factos relatados sobre a Segunda Guerra Mundial, quer no que toca à situação política portuguesa enquadrada pela diegese.
    Achei ainda interessante o recurso a uma das personagens, ainda estudante (Claire de la Lune), para delinear o perfil de Oliveira Salazar, através de uma composição escrita para ser apresentada numa aula de Língua Portuguesa.
    Fiquei espantada com o pormenor descritivo da acção das personagens em contexto de exploração de inertes, a que tive oportunidade de assistir, ao vivo e "in loco", quando era pequena, na margem esquerda do rio Douro. Nenhum detalhe foi esquecido.
    Tendo tido dois familiares que prestaram serviço, um na Guiné e o outro em Angola, sofri, à posteriori, com a descrição das caçadas à pacaça, no mato e de noite. Que temeridade!... Que inconsciência!...
    Uma última nota ainda, para assinalar o romance meteórico entre Mr. Paice e Catarina Abrantes: um gentleman vivido sucumbe aos encantos de uma frágil e carente mulher.
    Ironia do destino: uma das localizações espaciais do romance, o Colégio de João de Deus, é actualmente palco da formação contínua de muitos docentes. Candidatei-me à direcção desse centro, há uns anos atrás.
    Parabéns, sucesso e beijinhos.
    Mana

    ResponderEliminar