segunda-feira, 21 de abril de 2014

CHAMAR (A)OS BOIS PELOS NOMES - II

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Tendo em conta, então, as diferenças de fundo que se verificam entre os vários ciclos de aprendizagem, naturalmente porque os níveis etários são diversos e potenciam diversificados estádios de desenvolvimento físico e mental nas crianças escolarizadas, direi que o 1.º Ciclo, sem margem para dúvidas, se ocupa das crianças oriundas do Pré-escolar (vulgo Jardim de Infância),  que irão palmilhar quatro anos de frequência educacional, acentuadamente socializante/expectante, integradora/afectivo-emotiva, com várias novas áreas de aprendizagem específicas, em regime de monodocência:

Cada turma do 1.º Ciclo do Ensino Básico é (tem de ser) uma pequena família, e deve ser respeitada como tal, no aconchego de uma pequena, mas bem montada escola do 1.º Ciclo apenas ( os Países Nórdicos já abandonaram há largos anos o contra-senso dos agrupamentos), sem misturas nem confusões que, por sistema, outras tipologias (Agrupamentos e Básico Integrado) precipitam.

Por sua vez, os 2.º e 3.º Ciclos devem ocupar outro tipo de escolas, construídas para o efeito, tendo em conta que irão receber os pré-adolescentes e adolescentes. Estes são crianças em início de expansão, de dentro para fora, na rota difícil do mundo exterior, dos companheiros, da vida em toda a sua multiplicidade de complexas dificuldades e maravilhas e sobressaltos. Neste caso, os seus professores são já especialistas (os que são?!), e não generalistas, como acontece no 1.º Ciclo; também as disciplinas são, grosso modo, quatro vezes mais (não apurei o número), sendo o desafio diferente, com outros contornos e formas de abordagem.

E voltamos ao título do escrito, para recordar que importa chamar (a)os bois pelos nomes, sabendo ainda mantê-los nos seus devidos lugares.

A EDUCAÇÃO não pode nem deve continuar a ser o tubo de ensaio dos caprichos aventureiristas dos sucessivos governos. Há que levar a sério as crianças e os seus direitos; as suas prementes necessidades, no interesse do próprio futuro do país. Vamos apostar em escolas pequenas e bem apetrechadas: humana, financeira e materialmente, potenciando o mais fabuloso de todos os capitais, isto é, a energia física /mental/intelectual que cada criança em si encerra, já que fora de qualquer questão deve estar sempre a estranha e perturbante (Freud) perspectiva de que os nossos pequenos estudantes são simples "gado", brutal e desumanamente atirado para gigantescos, desprestigiantes e comprometedores "cortelhos".

5 comentários:

  1. O seu texto muito elucidativo, mais uma vez nos faz pensar. "A EDUCAÇÃO não pode nem deve continuar a ser o tubo de ensaio dos caprichos aventureiristas dos sucessivos governos". Concordo. Infelizmente cada governo faz o que muito bem entende e as crianças é que pagam as consequências...
    Beijo.

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  2. Boa noite, Humberto
    A sua reflexão/explanação sob o tema "Educação" está bastante pormenorizada e explícita.
    Gostei. Concordo que a mesma não deve(ria) servir de cobaia para experiências do respectivo ministro, que a outra coisa não olha senão POUPAR DINHEIRO AO ESTADO. Todas as medidas tomadas têm sempre em atenção esse "pormenor - poupar dinheiro!!!
    Por isso a Educação está um verdadeiro caos, e dificilmente se vai endireitar.

    Quanto ao seu comentário na minha «CASA», quando diz:
    "Acabo de constatar que tenho em si uma óptima concorrente, no que à escrita diz respeito (prosa e poesia)" , deixou-me quase sem fala :))).
    Não sou, nem nunca serei, sua concorrente. Na prosa, não tenho o seu "traquejo", e na poesia... muito mesmo. Eu não escrevo poemas, apenas de vez em quando rabisco uns versos que me lembrei de publicar, e que a generosidade dos meus comentadores os levou a dizerem que gostaram :)
    A propósito, no próximo dia 30 publicarei mais qualquer coisita...

    Não sei se o meu amigo tem algum dia especial para postar... Se tiver, por favor diga-me qual é, para eu poder vir visitá-lo. Agora vim apenas por curiosidade e encontrei um post já com dois dias...:)

    Desejo uma boa noite e um bom resto de semana.
    Beijinhos

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    1. Olá, Mariazita!

      Agradeço o comentário.
      Posto publicações duas a três vezes por semana, normalmente.
      Um bom feriado de 25 de Abril
      Beijinhos.

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  3. Uma pena que aconteça assim, para mal das nossas crianças, à mercê do desatino de metas políticas deslocadas de sentido e de futuro!!
    Bji, amigo escritor!!

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  4. Querido Zé
    Esta é a minha segunda tentativa para comentar.Já não vou ser capaz de reproduzir tudo o que havia redigido.
    Parabéns!
    Muito bem!
    Aplausos!
    Mas quem se importa,no Ministério da Educação, com o superior interesse dos jovens?!
    Segundo Maurice Debesse «em pedagogia não há receitas,tudo terá de ser objecto de investigação».mas,se não quisermos investigar,vamos,pelo menos aprender com os erros.
    Temos que pensar que tudo tem a ver com o local do estabelecimento de Ensino,o momento,o nível educativo e a idade dos alunos.
    Não é à toa que os professores se reúnem,desde o dia 1 de setembro,com os colegas de ciclos anteriores,para se informarem sobre as necessidades dos seus discentes.
    Cada aluno deverá ser informado dos seus direitos e deveres e os professores devem reunir com os Pais/progenitores/Encarregados de Educação para recolherem toda a informação pessoal indispensável.
    Segundo Daniel Goleman« Centenas de estudos provam que o modo como os pais tratam os filhos - com dura disciplina ou com compreensão empática, com indiferença ou com ternura,e por aí fora - tem consequências profundas e duradouras para a vida emocional da criança.»
    Professor bem informado poderá motivar os seus alunos,que se sentirão bem,com vontade de progredir e queridos pelos seus docentes.
    Um beijinho
    Mana

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