terça-feira, 13 de outubro de 2015

FLOR OU FRUTO


Imagem do Google


Como se nada fosse
anunciaste o silêncio
na dolorosa e brutal ausência
de quem mora omniforme em mim

Sinto a tua seiva na garganta   gotejante
redimindo a sede de infinito
como se o sonho ou o sobressalto
fosse a luz que embriaga a distância

Nenhuma outra flor ou fruto 
tranquiliza a febricitante insónia
do vazio que hoje grito
em torno da chama do poema
que incendiavas nas pétalas da palavra
no centro da corola do teu corpo
nas labaredas dos sentidos
na fúria do tempo consumido

Nenhuma outra flor ou fruto
sustenta em mim
a eternidade da memória

2 comentários:

  1. Flor ou fruto, não sei, mas fácil é ver a excelência da sua poesia.
    Parabéns pelo seu talento poético.
    Um abraço, caro Humberto.

    ResponderEliminar
  2. "em torno da chama do poema" estão as palavras do poeta recordando o amor até à "eternidade da memória". Muito belo, amigo.
    Um beijo.

    ResponderEliminar