domingo, 27 de novembro de 2016

NOTAS SOBRE A ESPÉCIE HUMANA



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       Numa das crónicas anteriores, subordinada ao título A Genuína Pureza Inicial, referimos “(...) a espécie humana – única em todo o planeta – (...)”, visando um enquadramento global, generalista, de cariz, por um lado, idiossincrático, e, por outro, de feição progressista, dado que a clivagem que contempla a diferenciação rácica dos indivíduos começa agora a ser ultrapassada, quanto mais não seja, em teoria, ao nível das (boas) intenções. É claro que tudo tem de ter o seu começo, muito embora de boas intenções esteja o inferno cheio.

            Do ponto de vista da antropologia cultural, tudo teve o seu início em África, muito antes da divisão (separação) dos continentes, tal como a observamos nos nossos dias. Terá sido, precisamente, graças à inicial ausência de separação das terras, que o homem se aventurou na senda de outras paragens. Mas reparem: as formas pré-hominídeas – Pitecantropo e Sinantropo surgem na Era Quaternária, durando esta um milhão de anos. Desde o fim da Era Quaternária até aos nossos dias decorreram, mais ou menos, 10.000 anos. E, no sentido inverso, importa aludir à era anterior – a Terciária60 milhões de anos; a Secundária – 150 milhões; a Primária – 600 milhões de anos; ao Precâmbrico – 1.400 milhões de anos. Durante esta longa noite dos tempos o planeta Terra não pertenceu a ninguém.

            Recuperando agora a ideia iniciada no parágrafo anterior, compreenderemos que, em resultado das diversas peregrinações da espécie humana, a partir de África, as alterações climáticas, o relevo e as condições de sobrevivência terão determinado, através do tempo, a natural adaptação somática dos indivíduos ao meio ambiente, donde se terão apurado as diferenças marcantes a que se passou a chamar raças. Estas verificaram-se já na sequência da aparição do Homo Sapiens – Homem de Swanscombe; Homem de Fontechevade, ao qual se seguiu o novo Homo Sapiens (actual), conforme documentos históricos descobertos nas grutas de Lascaux e Altamira. Segue-se, então, o Período Neolítico e a Época da Idade do Bronze.

            Tendo em conta o peso da verdade antropológica e a esmagadora distância que nos separa do início do Precâmbrico, facilmente se percebe que o homem, tal como o conhecemos hoje, apenas habita o planeta Terra há escassos segundos. No entanto, tem vindo a ousar fazê-lo com uma arrogância que extravasa a sua natural necessidade de afirmação e pertença; com uma sobranceria que extrapola a sua pertinente vocação de inserção e identidade; com um orgulho e ganância que ultrapassam e comprometem a sua legítima e louvável vertente de socialização construtiva e solidária.

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