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Numa
das crónicas anteriores, subordinada ao título A Genuína Pureza Inicial,
referimos “(...) a espécie humana – única em todo o planeta – (...)”, visando
um enquadramento global, generalista, de cariz, por um lado, idiossincrático,
e, por outro, de feição progressista, dado que a clivagem que contempla a
diferenciação rácica dos indivíduos começa agora a ser ultrapassada, quanto
mais não seja, em teoria, ao nível das (boas) intenções. É claro que tudo tem
de ter o seu começo, muito embora de boas intenções esteja o inferno cheio.
Do ponto de vista da antropologia
cultural, tudo teve o seu início em África, muito antes da divisão (separação)
dos continentes, tal como a observamos nos nossos dias. Terá sido,
precisamente, graças à inicial ausência de separação das terras, que o homem se
aventurou na senda de outras paragens. Mas reparem: as formas pré-hominídeas –
Pitecantropo e Sinantropo surgem na Era Quaternária, durando esta um
milhão de anos. Desde o fim da Era Quaternária até aos nossos dias
decorreram, mais ou menos, 10.000 anos. E, no sentido inverso, importa aludir à
era anterior – a Terciária – 60 milhões de anos; a Secundária
– 150 milhões; a Primária – 600 milhões de anos; ao Precâmbrico –
1.400 milhões de anos. Durante esta longa noite dos tempos o planeta Terra
não pertenceu a ninguém.
Recuperando agora a ideia iniciada
no parágrafo anterior, compreenderemos que, em resultado das diversas
peregrinações da espécie humana, a partir de África, as alterações climáticas,
o relevo e as condições de sobrevivência terão determinado, através do tempo, a
natural adaptação somática dos indivíduos ao meio ambiente, donde se terão
apurado as diferenças marcantes a que se passou a chamar raças. Estas
verificaram-se já na sequência da aparição do Homo Sapiens – Homem de
Swanscombe; Homem de Fontechevade, ao qual se seguiu o novo Homo Sapiens (actual),
conforme documentos históricos descobertos nas grutas de Lascaux e Altamira.
Segue-se, então, o Período Neolítico e a Época da Idade do Bronze.
Tendo em conta o peso da verdade
antropológica e a esmagadora distância que nos separa do início do Precâmbrico,
facilmente se percebe que o homem, tal como o conhecemos hoje, apenas habita o
planeta Terra há escassos segundos. No entanto, tem vindo a ousar
fazê-lo com uma arrogância que extravasa a sua natural necessidade de afirmação
e pertença; com uma sobranceria que extrapola a sua pertinente vocação de
inserção e identidade; com um orgulho e ganância que ultrapassam e comprometem
a sua legítima e louvável vertente de socialização construtiva e solidária.
Uma bela lição de antropologia, que li com gosto...
ResponderEliminarUma boa semana.
Beijos.