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Deserto escaldante e inóspito
folha branca de vagar e ausência
palavra articulada no seio da razão
porque o poeta desconhece o não-dito
e se por-dizer se recalca a fantasia
nada mais volta a ser o não-seio
histeria de conversão vale de lágrimas
Só o poeta diz o que pensa sem pensar
unidade síntese coesão
só o seu dissimulado pensamento se revela
na nudez manifesta da distância
no instante sensível de uma claridade
lunar
Deserto longínquo o da palavra
a esgrimir o desejo convergente
encoberto pela caótica ruína do Fado
ou oásis próximo o da palavra
no horizonte simbólico de uma luz
pátria transcendental desconexa.
"Deserto longínquo o da palavra"... Concordo, amigo. Muito daquilo que nos preocupa em nenhum nome se diz...
ResponderEliminarBeijo.
Vim matar saudades, Manel
ResponderEliminarE dizer que a tua poesia encanta !
Abracoooo!