domingo, 6 de setembro de 2015

VACUIDADE


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Deserto escaldante e inóspito 
folha branca de vagar e ausência 
palavra articulada no seio da razão 
porque o poeta desconhece o não-dito
e se por-dizer se recalca a fantasia 
nada mais volta a ser o não-seio 
histeria de conversão vale de lágrimas  

Só o poeta diz o que pensa sem pensar 

unidade síntese coesão
só o seu dissimulado pensamento se revela
na nudez manifesta da distância 
no instante sensível de uma claridade 
                                                   lunar   

Deserto longínquo o da palavra

a esgrimir o desejo convergente 
encoberto pela caótica ruína do Fado
ou oásis próximo o da palavra 
no horizonte simbólico de uma luz
pátria transcendental desconexa. 

2 comentários:

  1. "Deserto longínquo o da palavra"... Concordo, amigo. Muito daquilo que nos preocupa em nenhum nome se diz...
    Beijo.

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  2. Vim matar saudades, Manel
    E dizer que a tua poesia encanta !
    Abracoooo!

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