Tem lugar o 1.º Congresso da União
Nacional.
Na preparação das eleições para a
Assembleia Nacional, o recenseamento não é estimulado, sendo afastados dos
cadernos eleitorais os "indesejáveis", o que acaba por reflectir a
diminuição do número de eleitores.
Desta maneira, de 1933 para 1945,
aquele número desce de 1,3 milhões de eleitores para 992.700. Em 1969, o
eleitorado cifrava-se em 27% da população com mais de 21 anos de idade.
Sujeito que estava às influências
fraudulentas do poder, o sistema eleitoral ia assumindo aspectos bizarros,
senão mesmo tragicómicos: pela facção governamental votavam os mortos, enquanto
que os de confiança introduziam na urna dois boletins com a cruzinha no quadradinho
da União Nacional. Este registava as preferências de 80% de votantes na
Metrópole e quase 100% de votos nos territórios africanos, sem contar as
abstenções, como é evidente.
Salazar prossegue, indelével e
imparável a sua caminhada: proíbe e persegue os partidos e as associações
secretas, contrariamente ao que acontece com a União Nacional, onde se filiam
os partidários e apoiantes do Governo. É neste contexto, de viciação permanente
e sistemática, que Carmona, sem adversários, é eleito Presidente da República
em 1935.
Do outro lado da fronteira, em
Espanha, em 1936, a Frente Popular vence democraticamente a oposição, ganha as
eleições e consegue maioria no Parlamento. O quadro político espanhol complica
e atrapalha as intenções de Salazar, embora não o faça desistir. Tal contexto
leva mesmo o ultraconservador Professor de Coimbra a estudar cuidadosamente,
em Portugal, a conspiração preparativa da Guerra Civil de Espanha.
O líder governamental português, uma
vez mais, exalta sentimentos nacionalistas, passa a criar a "Mocidade
Portuguesa", inspirada na juventude nazi, onde faz inscrever os
estudantes, a exemplo também do que acontecia em Itália com os "camisas
negras". Institui ainda a "Legião Portuguesa", força militarizada,
marcadamente anticomunista, propondo-se defender o "património espiritual
da Nação".
NOTA: Imagem do Google
Mais uma lição na nossa História, amigo.
ResponderEliminar"Sujeito que estava às influências fraudulentas do poder, o sistema eleitoral ia assumindo aspectos bizarros, senão mesmo tragicómicos"... "Salazar prossegue, indelével e imparável a sua caminhada: proíbe e persegue os partidos e as associações secretas, contrariamente ao que acontece com a União Nacional, onde se filiam os partidários e apoiantes do Governo..."
Foi neste regime que cresci...
Beijos.