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No
país que somos nunca o poder instituído quis, pôde ou soube, por razões que não
cabe aqui referir, atribuir grande papel ou importância à Educação Física em
particular, até porque nunca soube, quis ou pôde emprestar a fundamentalidade
que caberia, por direito e dever, à Educação em geral, visando a preparação
cabal das gerações futuras.
Sendo
assim, uma vez menosprezado o papel da Educação Física – recordemos apenas o
caricato cancelamento da atribuição de nota classificativa à disciplina,
decidido por Nuno Crato, no governo de Passos Coelho (2011-2015) –, é evidente
que a sua influência (estatuto e papel) fica manifestamente reduzida e, com ela,
numa dinâmica inversamente proporcional, disparam os comportamentos desabridos
de indisciplina, desinteresse e má-criação no seio do clima escolar.
Pessoalmente,
só pelos 10 anos de idade tivemos o primeiro contacto com a Educação Física, no
ensino privado, em instalações invejáveis, onde, para além de um amplo ginásio,
sevido de balneários com água quente e fria..., cordas, arcos, plintos,
tranpolins, espaldares, colchões, etc., a orientação das aulas estava a cargo
de um profissional na matéria, curiosamente cinturão negro-judoca. Decorria o
ano lectivo de 1959/60.
É
inegável o condão que a Educação Física operou em todos nós: esta disciplina
conseguiu, não só desempenhar o seu papel específico, imediato, salutar,
lúdico, distensor, mas também exerceu uma influência desiciva no nosso
comportamento relacional cívico, filosófico e desportivo.
Importa,
pois, que os responsáveis pelo Ministério da Educação – o executivo de António
Costa, segundo notícias recentes, reintroduzirá a atribuição de nota classificativa
à disciplina de Educação Física – passem a encarar esta área formativa como uma
das pedras basilares da preparação harmónica e integral, nas suas vertentes
física e mental, de todos os alunos abrangidos pelo Sistema Educativo de
Portugal.
Por
tudo quanto fica dito, a Educação Física deve permanecer como área
insubstituível, tanto mais que o sedentarismo actual das populações, a
arrepiante inércia dos nossos jovens e crianças, potenciada pelo magnetismo das
Novas Tecnologias, a limitação ou inexistência de espaços verdes urbanos e de
áreas de recreio e de lazer (até nas próprias escolas, hipermassificadas pelos
mega-agrupamentos) têm vindo a comprometer todo o significado da velha máxima
de Juvenal “mens sana in corpore sano”.
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