quinta-feira, 27 de outubro de 2016

EDUCAÇÃO E ÉTICA GLOBAL



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    A globalização está aí (escrevemos em 2003), quer se queira, quer não; não só com todos os seus aspectos e influências negativas, mas também aportando um sem número de particularidades e repercussões positivas. Por isso, no âmbito da Educação, deve ser acautelado aquele conjunto de valores culturais universais, a ter em conta, no sentido da observação, promoção e implementação de uma ética global.

            Hoje em dia, tanto quanto nos parece, todas as nações do mundo devem interiorizar, de forma pragmática e civilizada, a saudável e natural interdependência face às demais. Nesta medida, os países que recusem a prática de valores universais de carácter fundamental, sujeitam-se à marginalização de quem opta por virar as costas aos ventos da mudança.

            Todos os povos possuem direitos e deveres, globalmente aceites e reconhecidos, devendo estar à altura dos mesmos e das suas responsabilidades sociais, evidentemente, sem atropelos pelas suas tradições culturais e pelas dos outros. Tal estado de espírito e propósitos devem radicar numa prática democrática diária, de participação colectiva, que contemple a equidade social, também ao nível das decisões, mormente  no campo político.

            A paz mundial deve ser sempre o objectivo, tangível apenas pela via do diálogo, sublinhando a inelutável importância da coexistência pacífica, multiétnica, da harmonia social, num quadro de compreensão e tolerância, face às diferenças e ao pluralismo culturais.

             Um outro valor ainda, indispensável à criação e manutenção de uma ética global a partir da Educação, prende-se com a empatia pelo próximo; esta deve começar no seio da família, ser extensível aos amigos, aos indigentes, aos pobres e aos doentes, em prol das comunidades; esta empatia, sempre que possível, dever traduzir-se em altruísmo actuante, solicitude que não pode ignorar a ecologia.

            Todas as economias dependem dos seus sistemas produtivos, associados à criatividade e à iniciativa; estes são valores seguros face à normalidade vivencial do quotidiano, potenciados à escala mundial pela dinâmica dos avanços tecnológicos. Importa, contudo, operar uma abertura das mentalidades, compreender e aceitar as mudanças e o progresso útil, lúcido e sustentável. Quanto mais forte  e consensual for a expressão da vontade colectiva, mais rápido e harmonioso será o desenvolvimento dos povos.

            Uma última nota apenas para referir o papel da mulher na(s) sociedade(s), sobre o qual recaem mais expectativas, exigências e arbítrios; violências, perseguições e chantagens, sem que as coisas tenham mudado significativamente de feição. Nesta conformidade, a Educação, seja em que país for, deve ser capaz de agarrar todo este conjunto de valores culturais universais, rumo à promoção de uma tão necessária como, até aqui, arredia ética global.

1 comentário:

  1. Uma reflexão excelente realçando o papel da educação sobre os valores universais. Gostei muito e concordo cada vez mais com o que diz: "A paz mundial deve ser sempre o objectivo, tangível apenas pela via do diálogo, sublinhando a inelutável importância da coexistência pacífica, multiétnica, da harmonia social, num quadro de compreensão e tolerância, face às diferenças e ao pluralismo culturais." Parabéns pelo texto, meu amigo.
    Uma boa semana.
    Um abraço.

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